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Por volta das 6h15 de ontem, o ônibus ligeirinho JL 021, da linha Fazendinha–Tamandaré, pegou fogo ao cruzar a Rua Conselheiro Laurindo, entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, no Centro de Curitiba. O trecho foi bloqueado das 6h45 às 9h20. Não houve feridos entre os aproximadamente 50 passageiros. Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas começaram na roda direita traseira.

A última revisão de rotina no veículo foi em 12 de dezembro. A Urbs, responsável pelo transporte coletivo na capital, fiscaliza as condições da frota duas vezes por ano e faz também visitas surpresa às empresas que participam da rede integrada. A Polícia Civil investiga as causas do acidente.

Em mais de 20 anos de trabalho na região próxima à Rodoferroviária, o comerciante Domingos Pereira da Silva, 52 anos, nunca teve um início de expediente tão atribulado. Ele mal tinha aberto sua lanchonete e mercearia, na esquina da Avenida Sete de Setembro com a Conselheiro Laurindo, quando viu o ligeirinho passar pelo cruzamento com sinais de fumaça.

Seu primeiro impulso foi catar uma vassoura e usá-la como sinalizador, no meio da rua, para impedir o pior: que os carros seguissem atrás do ônibus, correndo o risco de serem atingidos por uma provável explosão. Mesmo assim, outros três coletivos passaram, além de uma dezena de automóveis. Foi da lanchonete, também, que, no nervosismo, saiu o telefonema para o 198 – número de emergência da Polícia Rodoviária Estadual – e não para o 193, do Corpo de Bombeiros. "O susto me deixou com azia. Essa via é fogo. Tem muito trânsito", comenta Domingos.

Numa das versões mais aceitas, o motorista Noel Antônio de Lima, 50 anos, viu fumaça pelo retrovisor e estacionou pedindo que os ocupantes descessem rapidamente. Não teria havido pânico. Quando o Corpo de Bombeiros chegou, motorista e voluntários usavam extintores pequenos, sem muito sucesso. As chamas aumentaram depois da evacuação. A operação toda teria durado cerca de 10 minutos. Foram necessários 1,5 mil litros de água para conter o fogo e para lavar o percurso interditado. No quarteirão, há sinais de óleo em toda a extensão, confirmando a hipótese de que o vazamento pode ter começado antes de o veículo cruzar a Sete de Setembro. Nesses casos, basta uma faísca para provocar fogo.

Amadeus Matias, 42 anos, dono de uma banca de jornais a dez passos de onde o veículo estacionou, ficou impressionado com o estouro de um dos pneus traseiros. Passageiros relataram ao comerciante terem gritado para o condutor, avisando que havia fumaça na parte traseira. "A sorte é que nessa hora da manhã a rua tem pouco movimento", diz.

Causa

Por ser muito cedo, o fluxo de carros ainda era pequeno, mas o trecho da Conselheiro onde o ônibus incendiou costuma ser dos mais disputados do Centro Velho. Além dos veículos – que no final da tarde chegam a 5 mil por hora no cruzamento com a Tibagi e com a Visconde de Guarapuava.

Olevir Quirino do Nascimento, 52 anos, gerente de tráfego da Viação Água Verde – à qual o JL 021 pertence – suspeita que a causa do incêndio seja pane elétrica. A empresa fez boletim de ocorrência e diz que só vai se pronunciar depois do resultado das análises. O ônibus, da Mercedes Benz, foi fabricado em 2000 e estava dentro do prazo de dez anos de uso, quando então deve ser retirado da frota.

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