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Sala do ONS: órgão ainda investiga acontecimentos da noite do dia 10 | Evaristo Sa/AFP
Sala do ONS: órgão ainda investiga acontecimentos da noite do dia 10| Foto: Evaristo Sa/AFP

Manobra da oposição

Dilma e Lobão vão ao Senado

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou ontem convite aos ministros Edison Lobão, de Minas e Energia, e Dilma Rousseff, da Casa Civil para prestar esclarecimentos sobre o apagão que atingiu 18 estados do país na semana passada. Numa manobra da oposição que pegou o governo de surpresa, senadores do DEM e do PSDB conseguiram aprovar o requerimento com a presença de apenas quatro parlamentares na sessão. Os oposicionistas chegaram a traçar a mesma estratégia na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mas não obtiveram sucesso.

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Consequência

Caixa admite que blecaute causou pane em sistema

A Caixa Econômica Federal reconheceu ontem que um problema que pode ter sido causado pelo blecaute da semana passada afetou os serviços relacionados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nas agências da instituição. Em breve nota, o banco informa que "uma pane elétrica na semana passada" causou problemas que impediram trabalhadores de conferir o saldo das contas e o saque dos recursos. O problema teria começado na quarta-feira, exatamente no primeiro dia útil após o apagão que afetou 18 estados brasileiros.

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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou à hidrelétrica de Itaipu a redução da geração de energia para garantir maior segurança ao sistema elétrico brasileiro e evitar corte de carga nas linhas de transmissão. Apesar da ordem, que vigorou horas antes do apagão e também durante o último fim de semana, o ONS descarta que uma sobrecarga energética proveniente da usina binacional tenha provocado o blecaute do último dia 10 que deixou 60 milhões de pessoas em 18 estados brasileiros às escuras. A hidrelétrica informou que costuma seguir procedimentos rotineiros para reduzir a geração de energia em situações de mau tempo.O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, admitiu ontem que ainda não é possível determinar com exatidão as causas do apagão. O curto-circuito que determinou o blecaute foi causado por uma descarga elétrica com duas origens possíveis, diz Chipp. A primeira teria sido uma "descarga atmosférica" (ou raio, palavra que ele evita). A segunda seria a redução da capacidade técnica dos equipamentos em suportar a tensão por estarem molhados. A descarga desligou inicialmente uma das três linhas de transmissão entre as subestações de Ivaiporã (PR) e Itaberá (SP). As duas últimas linhas foram desligadas em razão da menor capacidade dos equipamentos para suportar a sobrecarga pelo desligamento da primeira, devido à chuva, diz o ONS. Chipp também aproveitou a oportunidade para criticar o posicionamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que havia negado a existência de intempéries climáticas próximas às linhas de transmissão na noite do apagãoSimepar

Outra possibilidade levantada pelo diretor do ONS foi de o Simepar ter falhado na comunicação sobre o mau tempo. Esse questionamento surgiu porque, nove horas antes do apagão, um aviso de condições climáticas adversas havia levado o ONS a baixar a geração de Itaipu. Era de se esperar, portanto, que um alerta semelhante, emitido antes do apagão das 22h13, pudesse levar o ONS, da mesma forma, a tomar medidas para reduzir a tensão e evitar o risco de sobrecarga. Indagado sobre a possibilidade de ter ocorrido falha na interpretação das condições climáticas por parte do instituto, ligado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), Chipp esquivou-se: "Isso você tem que perguntar para eles".

Nove horas antes

O relatório de operações de Itaipu, entregue ao Ministério Público Federal a pedido do procurador Marcelo Ribeiro de Oliveira, revela que às 13h31m do último dia 10 foi desligada a primeira linha de transmissão no trecho entre Itaberá e Tijuco Preto, no interior de São Paulo, "supostamente (por causa) de descarga atmosférica". O problema na linha, que não chegou a abalar o suprimento nacional, foi solucionado 25 minutos depois: às 13h56 a linha foi religada. Um minuto antes dessa queda, o ONS havia determinado a redução da geração da usina em 1,4 mil megawatts (MW). E a preocupação do ONS com as condições do tempo persistiu ao longo daquela tarde. Somente às 19h15 o órgão determinou a volta de Itaipu à capacidade plena. Duas horas mais tarde, ocorreria o blecaute.Tanto a hidrelétrica como o ONS descartaram qualquer relação entre o desligamento da linha e o apagão. Segundo o assessor de imprensa de Itaipu, Gilmar Piola, tal operação é rotineira. "É um evento independente que não tem relação de causa e efeito. Isso acontece sem qualquer repercussão", disse.

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