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Brasília - O relator especial das Nações Unidas (ONU) sobre Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas, James Anaya, pediu explicações ao governo brasileiro sobre o alto índice de suicídio e alcoolismo entre índios da etnia Guarani-caiuá, de Mato Grosso do Sul, e também sobre o avanço de epidemias como hepatite e malária nas aldeias do Vale do Javari, no Amazonas. Em missão oficial de 12 dias no país, Anaya foi recebido ontem por dirigentes da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e na próxima segunda-feira começa a fase de visitas a aldeias com problemas de saúde, segurança e terra.

No Javari vivem 3.587 índios de seis etnias pouco integradas, mas constantemente agredidas por madeireiros. Entre elas estão os Kanamary, Mayuruna, Matí e Marubo. Eles fizeram chegar à ONU um relatório em que denunciam que índios "estão condenados" pelas epidemias de hepatite – que acomete cerca de 10% dos índios –, pneumonia, malária e pelo agravamento de outras doenças, como desnutrição infantil, tuberculose, câncer uterino, aids e problemas relacionados à "falta de atendimento" nas aldeias.

Em relação aos Caiuá, o dirigente da ONU quis saber o que o governo brasileiro está fazendo para deter o elevado índice de suicídios, de 45 índios ao ano, para combater o alcoolismo e ajudar na reabilitação dos dependentes químicos. O problema foi detectado desde a década de 1960.

O diretor de Saúde Indígena da Funasa, Wanderley Guenka, reconheceu que o governo trava uma luta para conter o alcoolismo na região de Dourados, onde existem 14 destilarias de cachaça em volta das aldeias indígenas.

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