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Aracaju – Onze recém-nascidos morreram na última semana na Maternidade Pública Hildete Falcão Batista, que faz partos de alto risco em Aracaju (SE). O secretário de Saúde do estado, Rogério Carvalho, admitiu que cinco bebês foram vítimas de infecção bacteriana. As mortes teriam ocorrido desde a última terça-feira. Todos estavam internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), interditada sexta-feira e reaberta ontem, após passar por uma lavagem geral, segundo o diretor da maternidade, George Caldas.

O Ministério Público Estadual instaurou procedimento para abrir inquérito e marcou reunião com representantes das secretarias de saúde do estado e do município, da vigilância sanitária e da direção da maternidade para sexta-feira. "Enviei expediente à Secretaria de Saúde do Estado e à direção da Hildete Falcão, pedindo detalhes sobre as mortes dos 11 recém-nascidos, quais medidas foram adotadas em apoio aos familiares dos bebês e o que foi feito para impedir um novo surto", disse a promotora Mirian Teresa Cardoso Machado.

Esta não é a primeira vez que morrem recém-nascidos na Hildete Falcão. Em junho de 2004, seis bebês e três parturientes morreram com infecção. Na época, o Ministério Público fechou acordo com o estado para a construção de mais uma maternidade em Aracaju para partos de alto risco. A maternidade foi construída pelo governo passado e ainda não foi aberta por problemas na estrutura física.

Cristiane Farias dos Santos, 27 anos, cobra uma explicação. "Meu filho já estava melhor. Quando entrei na UTI, me informaram que meu filho morreu. Como pode isso?", indaga.

Drama idêntico é vivido por Cinthia dos Santos, 18 anos. "Era meu terceiro filho, o único do sexo masculino. Agora, os médicos estão dizendo que não posso mais ter filhos por já ter feito três cesarianas", reclama Cinthia.

Edselma Chagas dos Santos, de 23 anos, cuja filha morreu no sábado passado, também estava inconsolável: "Um dia antes, quando cheguei à UTI, encontrei ela aflita e sem a mangueira de respiração. Chamei a enfermeira, que me disse que, se eu não tivesse visto, minha filhinha iria morrer. Fico a perguntar: será que ela não morreu por falta de cuidados?"

A direção da maternidade não informa, mas os parentes dos bebês dizem que nove mortes aconteceram em apenas quatro dias.

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