• Carregando...
Fernando Francischini, da Secretaria Municipal Antidrogas: agora, prefeitura promete palestras para alunos e cães farejadores | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Fernando Francischini, da Secretaria Municipal Antidrogas: agora, prefeitura promete palestras para alunos e cães farejadores| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Cães farejadores vão "brincar" em escolas

O combate ao tráfico de drogas nas escolas pede cuidado redobrado, pois o Código de Processo Penal não permite a realização de revistas genéricas e arbitrárias contra qualquer pessoa, especialmente no caso de crianças e adolescentes. Esse é um dos motivos pelos quais os traficantes estão usando alunos nos seus narconegócios.

Leia a matéria completa

Opinião - Ninguém sabia disso até agora?

Hoje cães farejadores serão levados a escolas. Começou ontem uma série de palestras. Também ontem, sob os holofotes da mídia, autoridades municipais e estaduais fizeram a apreensão de um tijolo de maconha. Tudo isso se deve à manchete da Gazeta do Povo de domingo, denunciando o tráfico de drogas em escolas .

A pergunta óbvia a ser feita é: por que nada disso foi feito antes? Por que a Secretaria Anrtidrogas, a PM, a Guarda Municipal e o Ministério Público anunciaram essas medidas só depois da pressão da imprensa? Ninguém nos gabinetes oficiais desconfiava do problema? Para isso deveriam servir os serviços de inteligência. Ou, pelo menos, para isso deveria estar atenta a sensibilidade de quem combate o crime. É de se esperar que as ações continuem, a sério, mesmo sem holofotes. Que tenha sido apenas o começo, ainda que tardio.

Rogerio Waldrigues Galindo, editor de Vida & Cidadania

Depois da denúncia feita pela Gazeta do Povo neste domingo de que estaria havendo tráfico de drogas dentro das escolas de Curitiba, uma operação policial, realizada com autorização judicial, fiscalizou ontem uma área próxima da escola do bairro Barreirinha. A escola foi citada na matéria como um dos locais de uso e venda de drogas.

Cerca de 30 pessoas estiveram envolvidas – entre elas agentes da Guarda Municipal, Polícia Militar, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o secretário municipal Antidrogas, Fernando Francischini. A operação encontrou em um terreno baldio um tijolo e 23 trouxinhas de maconha, pedras de crack e um revólver calibre 38.

Segundo Francischini, foi devido à reportagem publicada pelo jornal que alguns moradores da região ligaram para o serviço Disk Denúncia e avisaram a polícia sobre local de armazenagem de drogas. O possível traficante, que as autoridades supõem ser menor de idade, forneceria droga para os alunos da escola. "Geralmente após uma reportagem forte a população se mobiliza e resolve avisar a polícia. Aí vemos a necessidade de um trabalho policial próximo à comunidade", diz o secretário.

A denúncia anônima foi feita no domingo e a operação contou com o auxílio de dois cães farejadores. Além dessa ação, a prefeitura começou ontem uma série de palestras preventivas e informativas na rede municipal, envolvendo pais, alunos e professores. De acordo com o secretário, pais e professores vão conversar e entrar em um consenso sobre a necessidade de um pedido de autorização judicial para revistar os estudantes das escolas municipais. "Todas as ações serão acompanhadas pelo Ministério Público. Cada escola vai identificar seu tipo de problema para que o trabalho seja adequado à sua realidade", comenta Francischini.

Duas moradoras da região, que preferem não se identificar, contam que sempre vêem alguns meninos fumando maconha no meio do mato, mas que essa foi a primeira vez que viram uma operação assim feita pela polícia. "Nunca houve um movimento desse por aqui, e olha que moramos nesse bairro desde pequenas. É a primeira vez que isso acontece".

De acordo com Francischini, não é certeza que exista alguma relação entre a droga encontrada e o tráfico nas escolas do Barreirinha. "Nós recebemos uma denúncia que dizia que sabia o lugar que um traficante guardava drogas que vendia para as escolas. Ainda não temos nada comprovado. Mas isso reforça a importância dos líderes da comunidade que ajudam a polícia. Temos mais de 3 mil colaboradores", afirma o secretário.

Escolas têm programa há um ano

A Secretaria de Estado da Educação informou ontem que desenvolve desde o ano passado um trabalho pedagógico de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. O alvo são profissionais da educação, como professores de disciplinas de Educação Básica. Os principais objetivos são capacitar profissionais, produzir material didático e a representação no Conselho Estadual Antidrogas, além de outras ações correlatas.

Já a Polícia Militar foi procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, mas não se manifestou sobre quais serão os próximos passos da Patrulha Escolar para investigar o tráfico de drogas feito por alunos nas escolas públicas e particulares.

Na semana passada, o capitão da Patrulha Escolar, José Carlos Graciano, disse para a reportagem da Gazeta do Povo que neste ano foram registradas 12 ocorrências nas escolas estaduais em Curitiba, a maioria dos casos envolvendo maconha. No ano passado, foram 29 casos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]