Uma operação é desencadeada em 11 cidades do Paraná, duas de São Paulo e quatro de Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (16), para combater a adulteração de combustíveis e a sonegação fiscal, entre outros crimes. Aproximadamente 300 servidores (da policias federal, militar, civil, da Receita Federal e da Secretaria de Estado da Fazenda) participam da "Operação Hidra".

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A ação é coordenada pela Polícia Federal de Guarapuava, Receita Federal e pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Noventa e três mandados de busca e apreensão serão cumpridos nos três estados. No Paraná, a operação é desencadeada em Curitiba, Ponta Grossa, Imbituva, Guarapuava, Londrina, Bandeirantes, Campo Mourão, Cascavel, Assis Chateubriand, Marechal Cândido Rondon e Medianeira.

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Em Santa Catarina, a ação ocorre em Balneário Camboriú, Blumenau, Lages e Ponte Alta. Mandados também devem ser cumpridos em Marília e Ourinhos.

Os servidores fazem buscas por documentos fiscais e contábeis, extratos bancários, veículos, cheques e dinheiro em espécie, além de armas e drogas.

Simultaneamente, de acordo com a PF, estão sendo executadas medidas judiciais cautelares de bloqueio de contas bancárias em nome dos principais envolvidos e das empresas suspeitas, com objetivo de identificar recursos obtidos com as práticas supostamente ilícitas.

De acordo com a PF, não há mandados de prisão para ser cumpridos, mas pode haver flagrantes.

O Gaeco de Guarapuava identificou uma quadrilha especializada em adulteração de combustíveis. O coordenador do Gaeco em Guarapuava, Tadeu de Góes Lima, disse, em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, que as investigações começaram em 2006, em inquérito na Polícia Civil para investigar denúncias de estelionato envolvendo proprietários de postos de combustíveis. Dois anos depois, o Gaeco instaurou procedimento investigatório criminal e começou a perceber que o esquema era maior, com falsidade ideológica e documental. Posteriormente, apareceram indícios de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, com a entrada da PF na investigação.

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Segundo o coordenador do Gaeco, a quadrilha agia criminosamente a partir da criação de empresas em nome de laranjas. "Os lucros ficavam com eles (líderes) porque obtinham procurações com plenos poderes para administrar os bens", destacou. Estima-se que possam ter sido sonegados pelo menos R$ 500 milhões. De acordo com o delegado da Polícia Federal em Guarapuava, Maurício de Brito Todeschini, para tentar ludibriar as autoridades, havia frequente troca de pessoas como sócios das empresas. Nas investigações foi possível identificar pelo menos cem empresas. Os documentos apreendidos nesta quarta-feira podem levar à identificação de outras.

Outros crimes cometidos pelo grupo, de acordo com as investigações, são sonegação de impostos estaduais e federais, lavagem de dinheiro, ocultação de bens e direitos e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsificação de documentos e falsidade ideológica.