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Fim do drama: bombeiros resgatam José Francisco da Silva, que estava preso na cisterna desde a manhã de segunda-feira | Jackson Romanelli
Fim do drama: bombeiros resgatam José Francisco da Silva, que estava preso na cisterna desde a manhã de segunda-feira| Foto: Jackson Romanelli

Belo Horizonte - Após mais de 33 horas de tensão, foi resgatado no início da noite de ontem o operário José Francisco da Silva, de 63 anos, que estava preso desde a manhã de segunda-feira no fundo de uma cisterna em um sítio, no condomínio Ouro Verde, na cidade de Igarapé, região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o Corpo de Bombeiros, Silva foi retirado às 18h10, numa operação que mobilizou dezenas de pessoas e um grande aparato. Ele permaneceu durante todo esse período num poço com 85 centímetros de diâmetro e 22 metros de profundidade.

Após ser retirado, o operário recebeu os primeiros socorros e foi levado de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXII, na capital mineira. Segundo os bombeiros, Silva apresentava um quadro estável, com escoriações, mas aparentemente sem fraturas pelo corpo.

Por volta de 8h30 da segunda-feira, o operário fazia uma escavação na cisterna quando deslocou uma pedra, fazendo com que duas manilhas do poço desabassem. De acordo com o comandante dos bombeiros, coronel Cláudio Teixeira, a parte frontal do corpo de Silva ficou presa pela pedra, com peso calculado entre 400 e 500 quilos.

"A parte dos destroços das manilhas escoraram o corpo dele por trás", explicou.

Resgate

Desde o início, a estratégia da equipe de resgate era tentar quebrar o bloco de pedra usando um martelete pneumático. Os bombeiros constataram que a pedra prendia uma das pernas do operário.

Uma bomba de sucção foi usada para evitar que o nível da água subisse na cisterna. A pressão e a respiração de Silva, que permaneceu o tempo todo consciente, precisaram ser monitoradas. Os bombeiros usaram cilindros de oxigênio para melhorar a respiração no fundo do poço.

Os trabalhos foram acompanhados pela mulher da vítima, Maria do Carmo Soares da Silva, de 56 anos, e sete dos oito filhos do casal. A operação avançou pela madrugada e ontem pela manhã a equipe de resgate tentou novas estratégias para resgatar a vítima, já que havia risco de desabamento de outras manilhas.

Após quebrar o bloco de pedra, constatou-se que Silva estava preso também pelos pés por uma espécie de barro de sedimentos endurecido. O trabalho dos bombeiros foi prejudicado pela chuva que atingiu Igarapé no período da tarde.

O operário reclamava de dores nos pés, mas o trabalho dos bombeiros avançou e eles conseguiram já no início da noite soltar os pés da vítima, que foi retirada em meio a um clima de muita emoção. "Sempre falei que esse trabalho é perigoso, ainda mais que era uma cisterna que não foi ele que fez", observou a esposa.

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