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São Paulo - O embate político que está sendo travado pela oposição e pelo go­­­­verno em torno do apagão é um sinal de que o debate eleitoral que já permeia o cenário sucessório de 2010 precisa ser mais qualificado. Para o cientista político Humberto Dantas, é preciso que as discussões deixem de se pautar apenas em tiroteios, críticas e ataques mútuos sobre eventos ocorridos. Já para o cientista político Marco Antônio Carvalho Tei­­xeira, o uso político do blecaute pela oposição é um sinal de que o PSDB, principal adversário político do PT, ainda não encontrou um discurso capaz de polarizar com o governo Lula.

"Eu creio que questões como o blecaute de ontem, que trouxe transtornos e problemas a milhões de brasileiros de diversos estados do país, não deveriam ser usadas apenas como instrumento de ataque político. Precisamos elevar o debate eleitoral, debater ideias e propostas que mudem a cara do Brasil, e não continuar na mesmice de um debate empobrecido, sem perspectivas práticas", avalia Humberto Dantas, conselheiro do Movimento Voto Cons­­ciente. A falta de robustez e qualificação no debate político-eleitoral também é criticada por Marco Antônio Carvalho Teixeira, pesquisador da PUC e da FGV de São Paulo. "A oposição, sobretudo o PSDB, ainda não conseguiu polarizar com o governo Lula em termos de propostas e projetos para o país, por isso fica pegando carona em eventos, como o apagão." O cientista concorda que é fundamental discutir essa questão, mas não simplesmente como tema de manobra política. "Infelizmente não se está discutindo no país soluções e saídas para os problemas, mesmo que o objetivo seja desqualificar um adversário (político)", reitera.

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