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Brasília – Líderes dos partidos de oposição no Congresso e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) querem que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dê explicações sobre o envolvimento do secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, e do chefe de gabinete, Cláudio Alencar, na operação de quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou requerimento para que o ministro seja convocado a falar no plenário da Casa. "O governo está perdendo a noção das coisas. Era para ele (Bastos) atravessar a rua e vir aqui no Senado dar explicações. Ele (Bastos) insiste em ser Armando Falcão (ministro da Justiça no governo Geisel). Deveria ser Paulo Brossard (ministro da Justiça de José Sarney)", afirmou Virgílio. O requerimento de Virgílio recebeu imediatamente apoio dos senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), José Agripino (PFL-RN) e Cristovam Buarque (PDT-DF).

"Deve ser do interesse do ministro vir aqui prestar esclarecimentos. Isso tem que ser explicado, ou o cidadão brasileiro terá o dever de entender que a quebra de sigilo foi uma ordem do governo", disse Agripino.

Cristovam foi na mesma linha. Disse esperar que o ministro, ao saber do pedido de convocação, tome a iniciativa de se oferecer. "Seria um gesto de respeito ao Senado, à nação e à sua biografia", afirmou.

Apuração

Já os governistas não vêem razões para pedir explicações ao ministro.

"O governo mandou apurar. Além de colocar a Polícia Federal, ainda pediu para o Ministério Público acompanhar. A investigação já está dando resultados", justificou a líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC).

O pedido tem que ser posto em votação no plenário da Casa com pelo menos a metade dos senadores presentes e ter a metade mais um dos votos para ser aprovado. Como o governo não tem maioria no Senado, a aprovação será mais fácil. Já existe um pedido igual apresentado na Câmara dos Deputados pelo PPS na semana passada. Está nas mãos do presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B) colocá-lo em votação.

O presidente da OAB, Roberto Busato, disse que é necessário investigar se Bastos teve participação na quebra ilegal do sigilo de Francenildo. Thomaz Bastos é ex-presidente da OAB. Antes de integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele advogava na área penal.

"Ninguém está acima da lei, ninguém está acima da quebra de princípios éticos e morais; se até mesmo o ministro estiver envolvido, ele deverá também sofrer as conseqüências da lei e da sua suposta falta de ética", afirmou Busato.

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