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Moradores, comerciantes e parte dos especialistas têm o pé atrás com os chamados sistemas binários e seus tão anunciados benefícios. Para o coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da Pon­ti­fícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Carlos Hardt, os moradores têm razão em reclamar da eliminação dos estacionamentos em sua rua e do aumento do número de veículos transitando. "Muda a forma de usar a via", diz Hardt, que também é professor do curso de mestrado e doutorado de Gestão Urbana da PUCPR. Na opinião dele, como política que visa melhorar o tráfego os binários são positivos. Para ele, é necessário avaliar o objetivo da cidade. "Os dois lados têm razão", opina. "Queremos melhorar a circulação de veículos em detrimento daquele ambiente residencial? Essa é a questão", afirma.

De acordo com o coordenador do curso de mestrado e doutorado em Gestão Urbana da PUCPR, Fábio Duarte, ao contrário da política adotada por Curitiba, as cidades em todo o mundo têm buscado medidas de "acalmamento de tráfego". A interrupção, o estreitamento das vias e a colocação de trechos em paralelepípedos são algumas das opções, segundo ele. "Curitiba fez isso durante muito tempo. Por isso, sempre foi considerada uma cidade de vanguarda."

Para o professor do departamento de transportes da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR) Eduardo Ratton, cada situação é particular, mas de forma geral a política de implantação de binários é acertada. "O que faríamos se não tivéssemos as vias rápidas, se todas as ruas tivessem dois sentidos? É inevitável. Nós criticamos o aumento do uso de automóvel, mas todos nós usamos. Não podemos ter uma rua fechada só para nosso uso próprio", opina.

"Barulho do inferno"

Moradores da Rua Major Heitor Guimarães, que desde janeiro de 2007 faz binário com a Rua Mário Tourinho, reclamam. "Não foi bom para nós. A rua era secundária, tranquila. O trânsito ficou pior e desvalorizou nosso imóvel. A não ser que o Mc’Donalds queira comprar, nós perdemos dinheiro", afirma o designer Adriano Moro, 43 anos, morador do local há 20. "É muito barulho, só consigo dormir de janela fechada e com a televisão ligada", complementa a pedagoga Anice Moro. "É um barulho do inferno. Já tivemos vizinhos que se mudaram depois da implantação", diz o aposentado Clemente Panek, 74 anos.

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