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A possibilidade de demitir os diretores da Anac, principal sugestão de mudança no funcionamento da agência feita em decorrência da crise aérea e da tragédia em Congonhas, tem pouca chance de ser aprovada, afirmam parlamentares ligados à questão. Segundo eles, isso abriria precedente para que o mesmo acontecesse nas agências dos setores elétrico, de telecomunicações e de petróleo. Dados os lobbies envolvidos, não haveria "ambiente" no Congresso para votar tamanha correção de rota. Uma medida que os parlamentares discutirão a sério é a proibição de contingenciamentos no orçamento da Anac. Ou seja: garantir contínuo repasse de recursos a uma agência rendida aos interesses que supostamente deveria regular.

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Facão – Hoje, o Tesouro não só represa o dinheiro das agências como "seqüestra" taxas pagas pelos consumidores que deveriam financiá-las. Tudo a ver – Ao depor à CPI do Apagão da Câmara, em maio, o presidente da Anac, Mílton Zuanazzi, respondeu contrariado à observação de que não tem experiência no ramo: "Entendo de turismo, que é o que enche os aviões". Velhos amigos – Zuanazzi e a ministra Dilma Rousseff fizeram juntos sua primeira viagem a Brasília, anos atrás. Com direito a foto lado a lado diante da catedral. Nada consta? – Integrantes da CPI do Apagão Aéreo da Câmara pedirão cópia da inspeção que a diretora da Anac Denise Abreu diz ter sido feita pela agência no Airbus da TAM acidentado dias depois. Ainda não – A CPI concluiu que de nada adianta ouvir dirigentes da TAM e da Infraero nesta semana, antes de qualquer conclusão sobre o que há de fato na caixa-preta do Airbus da TAM enviada aos EUA. A idéia dos integrantes da comissão é adiar depoimentos. Sem legenda – O descompasso de versões sobre dados preliminares da caixa-preta era bola cantada por quem se opôs à ida da CPI aos EUA. "Quer passear, vai, mas ninguém entende nada do assunto", disse Beto Mansur (PP-SP) antes de os colegas Marco Maia (PT-RS) e Efraim Filho (DEM-PB) embarcarem.

Soluço – Existe pesquisa na praça, pós-vaia e pós-Congonhas, registrando recuo na popularidade de Lula. Nada radical. Um tropeço. Veja bem – A direção do PT diz que não usará o encerramento de seu curso sobre política externa, na segunda em São Paulo, para fazer um desagravo a Marco Aurélio Garcia, flagrado comemorando a descoberta de defeito no avião da TAM. O assessor de Lula é esperado no evento. Tranqüilis – Uma semana depois da tragédia em Congonhas, voltou de férias a diretora responsável pelas obras da Infraero, Eleuza Lores. Sucessão – O comando do DEM pretende indicar Marco Maciel (PE) para a presidência da CCJ do Senado, na cadeira que era ocupada por Antônio Carlos Magalhães. Fim da fila – Gim Argello (PTB) tentou herdar o gabinete de Joaquim Roriz (PMDB), considerado nobre. Perdeu a parada para seu colega de sigla Mozarido Cavalcanti (RR). Prevaleceu o argumento de que Mozarildo tem mais "história" no Senado. Globalizado – Além de um grito de independência em relação ao PT, a criação de nova central pelo PC do B atende a pedido da Federação Sindical Mundial, que dá apoio a partidos comunistas na América do Sul após a onda de vitórias da esquerda na região. Bis – A bancada do PT na Assembléia paulista pedirá ao TCE nova análise dos contratos considerados regulares entre Nossa Caixa e Asbace, associação de bancos enrolada nas fraudes desbaratadas pela Operação Aquarela.

TIROTEIO

* Do deputado PEPE VARGAS (PT-RS) sobre a decisão da companhia de não aterrissar mais na pista principal do aeroporto sob chuva.

– Dá a impressão de que, uma vez descoberto o problema no reverso do avião, a TAM quer afastar o foco de si e jogá-lo de volta na pista de Congonhas.

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