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No ano passado, 60 caminhões foram reciclados pela Dex, em Curitiba | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
No ano passado, 60 caminhões foram reciclados pela Dex, em Curitiba| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Eletrodoméstico

Geladeiras também são desmontadas e viram novos produtos

Sua geladeira velhinha pode ser moída e se transformar em prego. A tecnologia foi aplicada à reciclagem de produtos da chamada "linha branca", permitindo que os eletrodomésticos sejam "desmontados" de forma a captar os gases presentes nas espumas. A Electrolux, uma das principais fabricantes de refrigeradores, encaminha os equipamentos obsoletos para duas usinas – uma em Cabreúva (SP) e outra em Careaçu (MG) – especializadas na manufatura reversa, termo adotado para a recuperação de matérias-primas a serem reutilizadas em processos industriais.

Das 70 milhões de geladeiras espalhadas pelo Brasil, a estimativa é de que 8 milhões precisam ser recicladas urgentemente. Elas contêm CFC, gás que deixou de ser usado nas tubulações e espumas de refrigeradores em 2001. Um programa federal dá incentivo para a troca por eletrodomésticos menos poluentes e mais eficientes no consumo energético.

Luis Machado, gerente de meio ambiente da Electrolux, conta que há até uma legislação específica para a reciclagem de refrigeradores. As usinas moem os equipamentos e coletam o gás antes de separarem os materiais. O programa tem reciclado 100 mil eletrodomésticos ao ano.

Latinhas de alumínio e garrafas PET são os produtos mais comuns no mundo da reciclagem, mas muitos outros artigos – inclusive de grande porte – podem ter um destino mais adequado que o aterro sanitário mais próximo. Na lista desses produtos que podem ser reaproveitados estão itens como caminhões.

VÍDEO: Veja como funciona a reciclagem de caminhões

Em Curitiba, carcaças de veículos acidentados, que ganharam o selo de "perda total" das seguradoras, são reaproveitadas. É o que ocorre na Dex, empresa ligada à montadora Volvo. Ao serem levados para o local, primeiramente os caminhões são classificados em dois grupos: recuperáveis e irrecuperáveis. Para os que não têm mais conserto, o trabalho é de separação das peças por tipo de material e de envio para empresas que vão usar os metais, plásticos, vidros e até a borracha para fabricar outras mercadorias. Cada cabine tem aproximadamente 200 quilos de metais, que são enviados para a Gerdau e se transformam em ferro para a construção civil. Os plásticos viram sacos de lixo. Mesmo materiais contaminantes, como óleos, vão para caldeiras de indústrias.

Recuperáveis

Os veículos que ainda têm salvação, por sua vez, também passam por um processo de separação das peças. Por motivo de segurança, cabine e pneus novos, preservando itens numerados, como chassi e motor. João Domingos Milano, gerente de usados da Volvo, conta que o veículo reciclado é destinado para o público que não tem condições de comprar um veículo zero quilômetro, mas quer um caminhão com garantia.

A empresa faz reciclagem dos caminhões há seis anos. Esse processo evita que o veículo acabe no mercado clandestino ou no meio ambiente. Paulo Turci, executivo da Dex, conta que em escala industrial, a empresa consegue recuperar veículos que são inviáveis para as seguradoras. No ano passado, 60 caminhões foram reciclados.

O preço final de um veículo reciclado varia segundo o modelo e o ano, mas geralmente custa 20% mais que o veículo usado similar vendido por intermediários. Para os casos de caminhões muito velhos ou acidentados sem perda total, ainda não há processo de reciclagem.

Reciclagem de caminhões garante usado com cara de novo

Volvo compra caminhões que seriam sucatas após acidentes com perda total e reaproveita as peças. O que iria para o lixo é destinado para a reciclagem e o caminhão seminovo é vendido com garantia e certificações de segurança e ambientais.

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