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A licitação para reabrir o Teatro Ouro Verde deve ser lançada em março: as obras devem começar em junho e durar cerca de um ano | Roberto Custódio/ Jornal de Londrina
A licitação para reabrir o Teatro Ouro Verde deve ser lançada em março: as obras devem começar em junho e durar cerca de um ano| Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina

Cheiro de fumaça persiste dentro do prédio

No saguão de entrada do Ouro Verde, uma amostra da desolação: as colunas de sustentação foram envolvidas com plástico bolha na tentativa de evitar a deterioração do que o fogo não conseguiu alcançar. Pelo teto, a água infiltrada atinge fios e lâmpadas e empossa constantemente no chão. "Aqui é esse barulho de água o tempo todo, desde o dia em que os bombeiros apagaram o incêndio. Mesmo quando não chove, não dá conta de secar", conta o segurança Antônio Fonseca. O cheiro de fumaça persiste, fazendo recordar o triste 12 de fevereiro de 2012. "Nem parece o mesmo lugar", lamenta.

Segundo a historiadora Vanda de Moraes, diretora do Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural de Londrina, as obras de reconstrução terão início em tempo recorde, já que o andamento de processos do poder público é diferente da iniciativa privada. "Projetos que envolvem patrimônio levam mais tempo, por isso, é impressionante como tudo caminhou em um ano."

R$ 5 mil

É o valor da venda de novas poltronas do teatro a ser feita para ajudar a financiar a reforma do Ouro Verde. Até o momento, cinco cadeiras já foram vendidas. "O valor é simbólico. Queremos a participação do londrinense nessa reconstrução", explica a diretora da Casa de Cultura da UEL, Magali Kleber.

Desde que as chamas provocadas por um curto circuito destruíram o Cine Teatro Ouro Verde, a única visão que o londrinense tem de um de seus mais importantes patrimônios históricos e afetivos é a fachada moderna projetada pelo arquiteto Vilanova Artigas. Sem acesso ao interior do principal palco de espetáculos de Londrina, a impressão do cidadão que passa diariamente por ali é de que, em um ano, nada foi feito para reconstruí-lo.

Apesar da aparente inércia, dizer que nada se fez "é uma análise amadora", garante a diretora da Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Magali Kleber. A reconstrução, promete a UEL – proprietária do local –, está próxima e deve começar ainda neste ano, como aponta o banner "Ouro Verde em Reconstrução", uma cronologia das ações da universidade durante os últimos 12 meses, afixado recentemente na fachada do teatro.

Reunião

Na próxima terça-feira, a reitora da UEL, Nádina Moreno, entrega os projetos arquitetônicos no setor de patrimônio da Secretaria de Estado da Cultura. "Eles vão avaliar se está tudo dentro das normas, por se tratar de um prédio tombado. Tendo o ‘ok’ deles, já podemos abrir a licitação até 15 de março."

O caminho foi longo: depois de meses para a retirada dos escombros por uma empresa especializada – na tentativa de preservar o que restou no incêndio –, da perícia que investigou as causas do incêndio e de estudos por parte de especialistas, no dia 28 de setembro passado o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) entregou os projetos de reconstrução do Ouro Verde ao governador Beto Richa. Dois meses depois, veio o anúncio de R$ 16 milhões do estado para a execução da obra.

Com a verba garantida no orçamento de 2013, a expectativa é que a reconstrução do teatro comece já em junho e termine dentro de um ano. "Queremos entregar lá para maio de 2014. Em um ano fizemos muita coisa: conseguimos todo o recurso e a doação dos projetos, o que demoraria três anos ou mais se tivéssemos que licitar. Talvez em dois anos consigamos entregar a reconstrução para a população", defende Nádina.

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