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Além de serem denunciados aos conselhos de medicina, erros médicos também podem ser levados à Justiça. Foi esse o caminho de um caso ocorrido em 2 de julho de 2010, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O engenheiro eletricista Jefferson Luís Griebeler, 25 anos, teve morte cerebral depois de ser submetido a uma cirurgia no joelho esquerdo. A denúncia foi feita no início deste mês na 13ª Subdivisão Policial.

A notificação tardia é explicada pela demora em se conseguir um médico que fizesse um laudo particular para constatar se ocorreu erro. "Tentamos vários médicos de Ponta Grossa, mas nenhum deles quis se envolver. Existe um corporativismo muito grande", opina o advogado Fernando Madureira.

Conforme o laudo assinado pelo médico Maurício Cheratecki, de Curitiba, houve falta de acompanhamento pós-operatório, aplicação de morfina no paciente que já estava com pressão arterial baixa, parada cardiorrespiratória prolongada e demora no tratamento do tromboembolismo pulmonar.

A cirurgia ocorreu no Hospital Geral da Unimed (HGU), em Ponta Grossa. O departamento jurídico da unidade informou que ainda não foi notificado e, portanto, não tem elementos para se manifestar. Já o cirurgião responsável, Luiz Jacinto Siqueira, afirmou que vai se pronunciar após a manifestação do Conselho Regional de Medicina. O órgão, no entanto, ainda não recebeu a denúncia. "Vamos reunir todos os depoimentos e documentos do caso para dar entrada na denúncia", avisa o advogado da família.

Jefferson era o caçula do casal Terezinha e José Lauri Griebeler. "Nós nos falávamos todos os dias por telefone e agora eu vou todos os dias ao cemitério", afirma Terezinha. Ela conta que o filho era saudável, esportista e estava iniciando sua carreira profissional. O quarto do engenheiro é mantido intacto pela família. "O que aconteceu mudou para sempre a nossa família."

Responsáveis

Além de médicos e outros membros da equipe, hospitais também podem ser penalizados por erros. Uma decisão tomada em fevereiro pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre foi favorável à família de Diogo Radael Elias, de 18 anos. Quando tinha apenas um ano e quatro meses, Diogo fez uma cirurgia no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, para curar uma inflamação no ouvido direito e um edema no braço. Saiu do hospital paraplégico devido à medicação prescrita de forma equivocada. O hospital foi condenado a pagar R$ 500 mil e sete salários mínimos mensais pelo resto da vida para Diogo. A União ainda pode recorrer.

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