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A modificação também vai causar mais transtornos em termos logísticos aos pacientes, segundo os médicos. Para saber a posição exata na fila de transplante de fígado, o paciente deve manter constantemente atualizado o Meld. Para isso, ele deve ser submetido com freqüêcia a exames. De acordo com a escala do índice, pacientes com Meld acima de 25 devem fazer exame uma vez por semana; de 19 a 24, uma vez por mês; de 11 a 18, a cada três meses; e abaixo de 10 uma vez por ano.

Porém, muitas vezes o paciente não tem condições de arcar com os custos de viagem e hospedagem. É o caso do auxiliar de impressão Célio Altíssimo, 29 anos. Há dois anos afastado pelo INSS por uma cirrose hepática, uma vez por mês Altíssimo tem de enfrentar 600 quilômetros entre São Miguel do Iguaçu, cidade onde mora no Oeste do estado, e Curitiba para fazer exames no Hospital de Clínicas.

Só de passagens, são R$ 360, contando o irmão que o acompanha. Mais R$ 20 de diária numa casa de apoio. "Recebendo salário mínimo, tenho que contar com a ajuda da família", diz. Antes da mudança, quando era o terceiro da lista de transplante, Altíssimo vinha a Curitiba a cada dois meses, em média. Com Meld de 15 pontos, ele não sabe em que lugar está na fila hoje.

Em São Paulo, o chefe do transplante hepático da Santa Casa de Misericórdia, Paulo Massarollo, chegou a propor a um vereador um projeto de lei que isente os pacientes a serem transplantados de pagar passagem de ônibus. Levantamento de Massarollo mostra que 70% dos pacientes do hospital não atualizaram o Meld desde o ínicio da nova regra. "Constatamos que o grande problema é o transporte, já que na maioria são pessoas de baixa renda, que não podem vir fazer o exame." (MXV)

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