O padrasto do menino Gabriel Henrique Vieira, de 13 anos, se apresentou à Polícia Civil nesta segunda-feira (22), mas negou qualquer envolvimento na morte do adolescente, ocorrida em setembro no bairro Umbará, em Curitiba. O suspeito Davi Moraes Mendes, de 43 anos, é apontado pela Delegacia de Homicídios de Curitiba como o suposto mandante do assassinato do garoto, morto a facadas no dia 12 de setembro.
Mendes se entregou espontaneamente à delegacia de Rio Negro, no Paraná. Ele contou às autoridades que estava escondido em Mafra, em Santa Catarina, mas que decidiu se apresentar à polícia por conta da "pressão" que vinha sofrendo. Antes de fugir para o estado vizinho, o suspeito diz ter sofrido ameaças de morte e sido vítima de agressões no bairro Umbará, onde vivia e onde Gabriel foi assassinado.
O suspeito foi removido a Curitiba ainda nesta segunda-feira e já foi ouvido pela delegacia. Em depoimento, ele disse que tinha um relacionamento tranquilo com o menino Gabriel e refutou qualquer envolvimento dele na morte do garoto.
Segundo o responsável pelas investigações, o delegado Rubens Recalcatti, Mendes contratou dois homens para matar Gabriel. O suspeito pagaria cerca de R$ 4 mil aos assassinos para executar o garoto. No dia do assassinato de Gabriel, o padrasto chegou a prestar depoimento, mas foi liberado.
Mendes permanece preso e deve ficar detido enquanto aguarda o julgamento.
Outras prisões
Os dois homens suspeitos de cometer o assassinato foram presos no dia 9 de outubro , em Coronel Vivida, no Sudoeste do Paraná. Os suspeitos - Valdinei Lúcio, de 20 anos, e Sidney Lúcio, de 23 anos, conhecidos como "Irmãos Paraguaios" confessaram o crime e afirmaram que, na noite anterior ao crime, foram contratados por Mendes para executar Gabriel.
A polícia afirma que Mendes teria encomendado a morte de Gabriel porque sentia ciúmes do relacionamento entre Gabriel e a mãe da criança. Além disso, o padrasto teria problemas de convivência com o enteado, o que gerava, segundo o delegado, diversos atritos entre eles.
Outro provável motivo apontado pela delegacia é o fato de Gabriel ser herdeiro de uma casa avaliada em R$ 600 mil, deixada pelo pai dele. Como era menor de idade, a residência estava em usufruto da mãe do menino. Segundo o delegado, Mendes estaria de olho no imóvel. O crime
O estudante foi encontrado morto em uma área verde, no bairro Umbará, por volta das 7h20 do dia 12 de setembro. O crime foi cometido no percurso entre a casa do menino e o Colégio Estadual Padre Claudio Morelli, onde ele cursava o 7.º ano. O corpo tinha sinais de perfurações no abdômen, na axila, costas e dois cortes profundos no pescoço.
No dia 20 de setembro, Recalcatti declarou que a solução do caso iria surpreender a sociedade, mas que ainda não podia dar mais detalhes a respeito dos autores. A prisão preventiva de pelo menos dois envolvidos foi pedida no dia 1° deste mês.
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