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Andrei recebeu a visita do superior da Congregação dos Palotinos de São Paulo, padre Julio Akamine | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Andrei recebeu a visita do superior da Congregação dos Palotinos de São Paulo, padre Julio Akamine| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

A Polícia Militar (PM) de Ibiporã prendeu na madrugada de ontem o padre Silvio Andrei, 40 anos. Encontrado nu no veículo dele, um Fiat Idea, o religioso foi detido em flagrante pelos crimes de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante. Antes da detenção, a PM recebeu denúncia de um rapaz que disse ter sido assediado pelo sacerdote. No fim da tarde a Justiça de Ibiporã negou o pedido de liberdade protocolado pelo advogado do religioso. Ele foi transferido para o Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) em Londrina.

Segundo o investigador da Polícia Civil Arnaldo Silva, que atendeu a ocorrência, os policiais relataram que durante a abordagem o padre propôs fazer sexo oral com os policiais. Em seguida, teria oferecido dinheiro para ser liberado. Conforme o boletim de ocorrência, o sacerdote teria declarado: "Dou tudo o que tenho no bolso e arrumo mais". No carro de Andrei foi encontrada uma garrafa de água mineral cheia de cachaça.

De acordo com o investigador, ao fazer a proposta de sexo para um dos policiais, o sacerdote não identificou que o soldado estava fardado. Silva ainda disse que no momento da abordagem o religioso se passou por professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL). "Depois ele falou que era padre no estado de São Paulo. Na hora em que ele chegou, também não o reconheci. Somente quando estava fazendo o flagrante descobrimos que se tratava do padre Silvio Andrei", contou.

A defesa do padre

O advogado do sacerdote, José Adalberto Cunha, relatou que Andrei celebrou um casamento no sábado à noite, em Londrina. Na recepção, teria bebido duas taças de vinho e passado mal, pois estaria tomando remédios para depressão. "Quando ele saiu da festa, indo para o centro de Londrina, acabou se perdendo e foi parar em Ibiporã. No meio do caminho, Andrei passou mal e vomitou na batina. Por isso, retirou os paramentos."

Cunha negou que o sacerdote teria assediado um rapaz. "O Andrei parou para pedir uma informação de como voltava para Londrina, e só isso. Depois foi abordado pelos policiais. Mas, no boletim [de ocorrência] consta só o que disseram os militares. Não consta que ele foi algemado pelas mãos e pelos pés, e que foi agredido."

Conforme o advogado, Andrei não se alimentou, chorou muito e está abalado com o fato. Ao ser questionado sobre a integridade física do padre, que já teria recebido ameaças de outros presos, Cunha disse que esse fato não preocupa. "Ele está na sala do carcereiro e a segurança é a melhor possível. Ele se disse muito arrependido de ter bebido."

No documento apresentado pelo advogado à imprensa, o Ministério Público e o juiz Sérgio Aziz Neme afirmam que, mesmo se tratando de um padre, são necessários comprovantes de residência e profissional para a soltura. Silvio Andrei é sacerdote palotino há quase 10 anos. Atualmente é pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, que pertence à Região Episcopal Sé da Arquidiocese de São Paulo.

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