Rio de Janeiro Embora tenha sido a medida mais dura prevista no Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA), a sentença de internação por no máximo três anos, com avaliações a cada quatro meses, para o menor que participou do assassinato brutal do menino João Hélio Vieites desagradou o pai da vítima. "A pena de três anos é muito pouco diante do crime brutal que aconteceu com o nosso filho. Por isso que a gente está lutando para mudar o Estatuto da Criança e do Adolescente, endurecer a legislação. A pena máxima prevista em lei é ridícula diante da monstruosidade que este menor cometeu. Para a gente, é muito difícil aceitar", lamentou o pai de João Hélio, Elson Vieites.
"Brincadeira"
O advogado dos pais do garoto, Gilberto Fonseca, reforçou o discurso: "É uma brincadeira este Estatuto da Criança e do Adolescente, é uma agressão ao povo", afirmou. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio, Wadih Damous, disse que o clamor popular não pode embaçar um outro lado do problema igualmente trágico: "A sentença é tecnicamente correta. Este menor infrator vai sofrer a pena de internação, a mais grave do ECA. Mas, independentemente do tempo, que poderia ser de seis meses, oito meses ou três anos, ele ficará internado, vai fazer pós-graduação em criminalidade, vai voltar à sociedade mais ressentido, revoltado, alguém que aprendeu cientificamente a ser criminoso. Esta é a nossa tragédia. O Brasil precisa se olhar no espelho. Não acho que resolveria o nosso problema o menor passar 30 anos no Padre Severino (unidade de internação). Ele é, ao mesmo tempo, algoz e vítima do que fez. Esta é a triste realidade do nosso país."
O secretário de Justiça de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, afirmou que a polêmica mostra a necessidade que o governador José Serra e os governadores da Região Sudeste têm defendido: a possibilidade no aumento do prazo de internação de adolescentes excepcionalmente violentos.
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