O pai do menino de sete anos que foi abandonado pela mãe em um apartamento no Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, deve chegar ao Brasil na quinta-feira (11). De acordo com a Polícia Civil, essa foi a promessa do holandês, que vive no México e trabalha em uma plataforma de petróleo, ao Conselho Tutelar, que acompanha o caso. No início da tarde, a avó materna da criança se apresentou aos conselheiros.
O menino precisou ser resgatado do 11º andar do edifício Titã por bombeiros com o auxílio de uma escada Magirus por volta de 1h desta segunda-feira (8). Policiais militares, que acionaram os bombeiros do quartel de Copacabana, foram chamados por moradores do prédio. Eles disseram que a criança foi deixada sozinha pela mãe, que até as 16h30 desta segunda-feira não havia sido localizada.
A criança foi levada para a 12ª Delegacia de Polícia, em Copacabana. Lá, disse a policiais que estava sozinho há dois dias e que não tinha comida em casa. De acordo com Augusto Samenez, de 65 anos, um dos porteiros do edifício onde o menino foi encontrado, o estrangeiro costuma visitar mensalmente o filho. A mãe da criança teria ainda um outro filho mais velho, um adolescente de 15 anos, que mora com a avó. Ela foi vista pela última vez no prédio na última sexta-feira (5). Segundo uma moradora que não quis ser identificada, a mãe do garoto costuma gritar com ele e deixá-lo sozinho durante longos períodos.
Foi registrada ocorrência de abandono de incapaz e, após passar parte da noite na delegacia, o garoto foi encaminhado provisoriamente para o abrigo Central Taiguara, em Del Castilho, na zona norte do Rio.
A delegada Thaiane Moraes, responsável pelo caso, pediu à Justiça a prisão preventiva da mãe do menino. Segundo informações da polícia, há dois anos foi registrada uma outra ocorrência contra a mãe também na 12ª Delegacia de Polícia. A denúncia na época era que ela pedia ao filho que não chamasse a polícia quando ela o deixava sozinho em casa.
Segundo a polícia, há informações de que a mulher seria uma garota de programa, o que foi confirmado por uma vizinha. Segundo essa moradora do prédio, no episódio de abandono registrado há dois anos, os policiais conseguiram um chaveiro e abriram a porta do apartamento. “Pelo menos ontem, com a presença dos bombeiros, foi lúdico para ele (o menino)”, disse a moradora do prédio.
Na tarde desta segunda-feira, o garoto foi ouvido por um juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude. De acordo com o conselheiro tutelar Evânio de Paula, que acompanha o caso, a Justiça vai avaliar a situação do menino e determinar se ele ficará com a própria família, em um abrigo ou com uma família de acolhimento provisório.
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