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Os pais são os principais responsáveis pela segurança das crianças na internet, afirma o delegado Flúvio Cardinelle Garcia, do Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos (NRCC) da Polícia Federal. A facilidade no acesso a todo tipo de conteúdo e na troca de material (fotos e vídeos) exige da família um acompanhamento mais intenso e a adoção de ferramentas tecnológicas para inibir ação de pessoas mal intencionadas. O delegado lembra que o uso da internet para promover pornografia infantil tem aumentado ano a ano.

É crime, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei número 8069/90), a produção, a distribuição e a posse de material de pornografia infantil. A pena pode chegar a oito anos de prisão. O delegado afirma que é errado pensar que a internet é terra de ninguém e que crimes praticados on-line ficam impunes. "Os crimes praticados pela internet deixam rastro e o autor de uma mensagem pode ser identificado por meio do número do IP, que é único", explicou.

Nos últimos três anos, a Polícia Federal de Curitiba coordenou ações que resultou na prisão de sete acusados de pedofilia que agiam na internet. Em 2009 foram quatro detidos, sendo três no Paraná (dois em Campo Largo, na região metropolitana e um em Maringá, no Noroeste) e um em Santa Catarina. Em 2010 uma pessoa foi presa em Paranaguá, no Litoral paranaense. As últimas prisões ocorreram na segunda-feira (16) em Florianópolis, em Santa Catarina e João Pessoa, na Paraíba.

Garcia alerta, no entanto, que além do trabalho de repressão feito pela polícia é preciso que pais e responsáveis adotem medidas preventivas. "Nós agimos depois que o crime está cometido, para punir os infratores. Mas também queremos que este tipo de violência seja evitado e isso exige ação integrada com a família", afirma.

O principal erro dos pais, segundo o delegado, é deixar o computador no quarto da criança. "Muita gente acha que o computador na sala fica feio, não combina com a decoração. Mas é muito pior deixar seu filho exposto aos perigos do mundo virtual", comenta.

Acompanhar o filho durante o período em que acessa a internet é outra medida fundamental. "Os pais não podem ter aversão à internet. Precisam estar junto com os filhos, entrar nos mesmos sites, nas mesmas comunidades. Pode até pedir para o filho ajudar a criar seu perfil no Orkut, twitter, e estar, na internet, nos mesmo lugares em que ele está", diz.

Veja outras dicas de segurança

Ao usar site de busca, certifique-se de que a ferramenta de pesquisa segura (Safe Search) esteja ativada. Procure em preferências e ative a filtragem de páginas com conteúdo sexual explícito, impedindo que elas apareçam nos resultados da pesquisa;

No uso da internet em Lan Houses ou Cibercafés não se deve aceitar ajuda de estranhos. Em caso de dúvida, consulte o responsável pelo estabelecimento; Não divulgue na internet endereços, números de telefone, lugares que frequenta e outros dados familiares;

Quando receber mensagens agressivas ou com conteúdo impróprio, denuncie;

Desconfiar de pessoas em chats e salas de bate papo. Tempo de conversa não garante a veracidade das informações;

Não aceite convite de estranhos, prefira se comunicar com quem conhece;

Nunca abra a webcam para desconhecidos. As imagens podem ser capturadas e manipuladas por pessoas mal intencionadas;

Mantenha o mínimo de informações em seu perfil nas redes de relacionamento (Orkut, Facebook). Após publicar algo na internet é impossível voltar a escondê-lo.

Denúncias

As denúncias de abusos sexuais podem ser feitas pelos telefones 181 ou 100 (abrangência nacional) ou ainda à delegacia local. Não é preciso se identificar. Em Curitiba, as denúncias também podem ser feitas ao telefone 156.

Pela internet, é possível denunciar sites que promovam pornografia infantil pelo endereço http://denuncia.pf.gov.br, da Polícia Federal. E também no site www.denuncie.org.br da Organização Não Governamental SaferNet, que desenvolve pesquisas e projetos sociais voltados para o combate à pornografia infantil na internet brasileira.

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