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Reciprocidade

Arquiteto é barrado no Galeão

O arquiteto e ativista espanhol Pablo Soto foi deportado na qyuarta-feira ao chegar no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Soto estava inscrito no curso de pós-graduação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio. O arquiteto já havia estudado um semestre no Brasil, mas não dispunha de um visto de estudante. Soto foi colocado, na mesma noite, de volta no voo para Madri.

Esse é o primeiro caso no Rio envolvendo um cidadão espanhol. Ele ocorre a 15 dias da chamada "lei de reciprocidade". A partir de 2 de abril, todo espanhol que desejar entrar em território nacional deverá apresentar uma série de exigências como uma renda mínima de R$ 170 diários e local onde ficará hospedado.

Em seu facebook, Pablo Soto escreveu que a medida pode ter sido tomada em represália aos inúmeros casos de brasileiros que tem a entrada negada na Espanha. "Minha solidariedade com todas as pessoas da América do Sul e de outros países que são maltratadas e impedidas de entrar a cada dia no Aeroporto de Barajas. Sou contra essa política xenófoba do governo de meu país", declarou Soto em sua página.

Folhapress

Uma semana após a retenção da aposentada Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos – que ficou três dias no aeroporto de Barajas, em Madri –, Brasil e Espanha trocam queixas em relação ao tratamento que seus respectivos cidadãos têm no setor de imigração. Pela segunda vez desde o episódio, o governo brasileiro pediu às autoridades espanholas que expliquem o caso de Dionísia e também apurem outras denúncias de maus tratos a brasileiros. Enquanto isso, a imprensa espanhola fala em "guerra bilateral de fronteiras" e reclama que o Brasil teria endurecido o controle para a entrada de espanhóis, por meio da chamada política da reciprocidade.

No início de fevereiro, o governo brasileiro resolveu que, a partir do dia 2 de abril, vai exigir dos turistas espanhóis o mesmo que é exigido aos brasileiros na imigração daquele país, fazendo valer a política de reciprocidade, comum na diplomacia. Os espanhóis, por sua vez, reclamam que as regras estão sendo usadas antecipadamente. "A reciprocidade é uma aplicação do que consideramos adequado para filtrar também a entrada de cidadãos espanhóis e, claro, refletindo o que eles acham também necessário para a entrada de brasileiros. Tentamos por um bom tempo aliviar os requisitos para a entrada de brasileiros. Não foi possível. Eles mantiveram e não houve muita alternativa ao Brasil a não ser aplicar também esses requisitos", disse o chefe de comunicação do Itamaraty, o embaixador Tovar da Silva Nunes.

Segundo ele, as regras mais rígidas valem apenas para a Espanha e não para os demais países da União Europeia que não exigem visto de entrada, como a França.

72 horas

Dionísia foi retida no setor de imigração no último dia 5 ao tentar entrar na Espanha, onde encontraria sua família. Ela denunciou ter passado 72 horas em um quarto de Barajas, sem acesso a sua bagagem, sem tomar banho ou se alimentar direito. Informou-se, depois, que ela não teria a carta-convite, documento necessário para ingressar no país. A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Meni­cuc­ci, entregou uma carta ao ministro das Relações Exteriores, An­­tonio Patriota, pedindo a apuração do caso.

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