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Veja como será a rede brasileira de monitoramento de terremotos |
Veja como será a rede brasileira de monitoramento de terremotos| Foto:

Casos recentes

Paraná também registrou tremores nos últimos anos.

4-jan-2006 – Dois terremotos são sentidos por moradores de 12 municípios do Vale do Ivaí (Norte do estado) e da região Central do Paraná. O epicentro foi em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais. Os abalos atingem 4,3 graus na escala Richter e não chegam a produzir estragos ou deixar feridos.

12-nov-2006 – Moradores das regiões Oeste e Norte do Paraná sen­­tem o reflexo de um terremoto de 6,7 graus na escala Richter, que também atingiu a província de Santiago Del Estero, no norte da Argentina, a 900 quilômetros da fronteira com Foz do Iguaçu. O abalo sísmico também é sentido nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.

9-dez-2007 – Uma criança de 5 anos morre, seis pessoas ficam feridas e cerca de 380 desabrigadas por conta de um tremor de 4,9 graus na escala Richter no distrito de Caraíbas, em Itacarambi (MG). No total, 76 casas – a maioria de pessoas de baixa renda – são atingidas.

4-abril-2008 – Um tremor de 3,9 graus assusta moradores no Ceará. No total, são cerca de 100 tremores, todos com a mesma intensidade. O município mais atingido é Sobral, onde os moradores têm de sair de casa.

24-abr-2008 – O terremoto de 5,2 graus na escala Richter, ocorrido no fundo do Oceano Atlântico, no litoral paulista, por volta das 21 horas, e sentido nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, é o mais intenso no Brasil em dez anos.

Durante muito tempo, a ideia de que o Brasil era um país livre de terremotos povoou o imaginário popular. Esse mito, no entanto, caiu por terra em dezem­­­bro de 2007, quando um tremor de 4,9 graus na escala Richter causou a morte de uma criança e derrubou 76 casas na cidade mineira de Itacarambi. Até então, os terremotos mais fortes ocorridos no país haviam atingido apenas regiões desabitadas. Por estar localizado bem no centro de uma placa tectônica, o Brasil tem, de fato, uma baixa incidência de abalos sísmicos. Quando ocorrem, costumam ter baixa magnitude. Mesmo as­­­sim, começa a funcionar em julho a primeira rede nacional de sismógrafos, que vai monitorar a atividade sísmica no país, a exemplo do que ocorre em países como os Estados Unidos, o Japão e a Venezuela.

Planejada há quatro anos, a rede sismográfica brasileira terá 65 estações, avaliadas em R$ 21,5 milhões e distribuídas por todo o território nacional. Se­­­gun­­­do a Petrobras, que financia o projeto, será possível estudar a estrutura da costa terrestre, a evolução das bacias sedimentares e até prever alguns tremores. Os dados serão coletados e reunidos ininterruptamente, em tempo real. O projeto será implantado em três etapas. Para isso, a rede foi dividida em áreas, ca­­­bendo a execução de cada fase a uma instituição conveniada.

Localizado no Rio de Janeiro e subordinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Observa­­tó­­­rio Nacional (ON) vai centralizar o tratamento e armazenamento dos dados. Também caberá ao ON a implantação da rede nas regiões Sul e Sudeste, com 12 estações de terra e 6 de fundo de mar. "A rede do Sul-Sudeste foi a primeira a ter recursos liberados", conta o engenheiro Darcy do Nasci­mento Júnior, coordenador de Geofísica do ON. "Espera­mos ter seis estações em funcionamento até o fim de julho e as restantes até dezembro."

A instalação de estações sismográficas no fundo do mar produzirá informações úteis para a própria Petrobras, que poderá avaliar os riscos sísmicos de suas instalações de exploração de petróleo na plataforma continental, por exemplo. "Os recursos são para investimentos em pesquisa e desenvolvimento e provenientes de um fundo gerado pela exploração do petróleo, conforme prevê a legislação vigente", explica o engenheiro.

Área de risco

A sub-rede do Nordeste, que teve a verba liberada recentemente, ficará sob a responsabilidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O Nor­­deste é a região brasileira com maior incidência de terremotos. "A atividade sísmica aqui ocorre em ciclos que duram vários anos, intercalados por períodos de baixa atividade", explica o professor Joaquim Mendes Ferreira, do Departa­­mento de Geofísica da UFRN. "Desde 2006 ocorreram sismos de magnitude acima de 4 em várias localidades da região. Estamos num ciclo de alta atividade sísmica."

Joaquim Ferreira lembra que a instalação da rede não garantirá nenhum tipo de proteção contra tremores. De acordo com o professor, ainda não é possível, no Brasil e em nenhum lugar do mundo, saber com antecedência em que local, dia, horário e com que intensidade ocorrerá o sismo.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste, a rede será coordenada pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmos­féricas (IAG), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB).

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