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Brasília – Na história brasileira recente, poucos políticos se saíram bem de um revés quanto o médico sanitarista, ex-ministro da Fazenda e deputado Antônio Palocci Filho (PT-SP). Após o constrangimento passado pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, Palocci retomou a vida parlamentar e, mesmo longe dos holofotes, mostra prestígio nas articulações da Câmara. Além disso, para desgosto de muitos petistas, voltou a ser um interlocutor freqüente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em temas relativos à economia e à política.

"Nós temos conversado pessoalmente e o presidente também tem me ligado para falar sobre questões do PT e da economia", admitiu o deputado à reportagem. Sua estratégia é ocupar a cena política, mas sem estridência.

Palocci se distanciou do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, com quem dividiu os ricochetes das crises do primeiro mandato do governo Lula. "Não tenho tido contato com ele (Dirceu)", disse. Também não tem uma relação próxima com seu sucessor, o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas não perdeu contato com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fiel escudeiro de sua política econômica.

Indiscutivelmente, o bom desempenho da economia, com a inflação cada vez mais baixa, continua a render dividendos ao ex-ministro. Entre os empresários, seu prestígio não se dissolveu. Ele tem mantido contatos com parte considerável e representativa do PIB brasileiro. "Ele foi muito importante para a indústria de construção e imobiliária. O Palocci é nosso aliado", diz Romeu Chap Chap, presidente do sindicato da habitação (Secovi-SP).

O capital político de ex-chefe da equipe econômica é fundamental mas a maneira tranqüila com que ele se relaciona com os colegas no plenário da Câmara e o acesso cortês que autoriza facilitam tudo. Há um Palocci deputado, que se mistura facilmente até para fumar no fumódromo da Câmara. Em casa, Palocci também já foi anistiado. Conseguiu convencer a mulher, Margareth, de que nunca freqüentou a mansão da república de Ribeirão, no Lago Sul de Brasília.

Objetivamente, contudo, contra ele ainda correm pelo menos três processos no Supremo Tribunal Federal (STF) – pelo caso Francenildo e por conta das investigações sobre corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto.

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