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Anunciada por Lula três dias depois da tragédia em Congonhas, a construção de um novo aeroporto em São Paulo será discretamente deixada em banho-maria. Ciente de que a empreitada terá efeito prático zero sobre a atual crise, dados os anos necessários à sua concretização, a cúpula do governo tende a priorizar a ampliação das instalações já existentes. Além de Guarulhos e Viracopos, o Planalto agora aposta na reforma da pista de Jundiaí, operada pelo governo estadual. Acha que, em cerca de 90 dias, seus 1.400 m poderiam ser convertidos em 1.700 m e, com alguns acréscimos de infra-estrutura, concentrar o tráfego de jatos de menor porte e particulares, desafogando boa parte do tráfego aéreo em Congonhas.

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Está difícil – Lula repetiu o convite feito na semana passada a Nelson Jobim para assumir o Ministério da Defesa. E o ex-presidente do Supremo novamente recusou. Meu garoto – A lei que criou a Anac, de 2005, foi vetada pelo Executivo no artigo que previa a possibilidade de diretores serem afastados pelo Congresso. A determinação partiu da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), madrinha do presidente da agência, Mílton Zuanazzi, que hoje depõe à CPI do Apagão Aéreo. Suadouro – Outro depoente de hoje na comissão da Câmara, o vice-presidente da TAM Ruy Amparo será recepcionado por Vic Pires (DEM-PA) com a seguinte pergunta: ‘O senhor teria coragem de pôr seu filho para voar num avião com reversor quebrado?’. Quase nada – A direção da TAM disse a deputados da CPI, ontem em São Carlos, que o uso pleno dos reversores traria um ganho de apenas 55 metros na frenagem de um Airbus-A320. "Para aviões que param na cabeceira da pista, faz muita diferença", diz Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Milhagem – Depois dos EUA, onde acompanham a abertura da caixa-preta do Airbus, e de São Carlos, onde vistoriaram base da TAM, membros da CPI já falam em visitar hangares de manutenção de aeronaves nos aeroportos de São Paulo, Guarulhos, Porto Alegre e Curitiba.

Cenografia – Ottoni Fernandes, responsável pela propaganda do governo e subordinado ao ministro Franklin Martins (Comunicação), supervisionou ontem pessoalmente a entrevista coletiva da cúpula do setor aéreo. Pressão – Familiares das vítimas do acidente de Congonhas terão encontro com o Secretário da Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, até sexta. Eles cobram mais agilidade na identificação dos corpos e garantia de que há estrutura suficiente no IML para o trabalho. Memória – A família de Antônio Carlos Magalhães não deve realizar missa de sétimo dia nem de um mês por sua morte. A homenagem será feitas na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, no dia 4 de setembro, quando o senador completaria 80 anos. Calculadora – O Ministério da Justiça ainda busca fórmula para criar o piso nacional salarial para policiais, um dos pilares do Pronasci. A área econômica do governo alertou para o efeito cascata que a medida teria nos vencimentos de superiores e oficiais. Oxigenada – Investigada no esquema da Operação Aquarela, a ATP, empresa de processamento bancário, foi buscar no mercado financeiro nome de peso para melhorar a imagem. Recrutou o ex-diretor do BC Sérgio Darcy para o Conselho de Administração.

TIROTEIO

* Da deputada LUCIANA GENRO (PSOL-RS) sobre Lula, que depois da queda do avião da TAM cancelou ida ao Rio Grande do Sul, terra de boa parte das vítimas, preferindo ir ao Nordeste.

– Se não gosta de vaia, Lula tomou a decisão certa. A recepção seria ruim se ele viesse a Porto Alegre falar de PAC sem ter aparecido para dar apoio aos familiares dos mortos no acidente.

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