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Luiz Paolicchi era acusado de um desvio milionário da prefeitura de Maringá | Arquivo/ Diario do Norte de Maringa
Luiz Paolicchi era acusado de um desvio milionário da prefeitura de Maringá| Foto: Arquivo/ Diario do Norte de Maringa

O ex-secretário da Fazenda de Maringá Luiz Antônio Paolicchi, que foi encontrado morto no porta-malas de um carro, na noite de quinta-feira, tinha registrado pelo menos três boletins de ocorrência para denunciar ameaças feitas por credores nos últimos meses. A informação é do advogado do ex-secretário, Moisés Zanardi. Se­­gundo ele, em algumas oportunidades a vítima recebeu telefonemas com ameaças mais ofensivas.Paolicchi foi executado com quatro tiros disparados a curta distância. As balas atingiram a cabeça, o pescoço, uma das axilas e o abdome. A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação. De acordo com o delegado Nagib Nassif Palma, o crime pode ter sido ocasionado pelas dívidas que o ex-secretário tinha ou, então, por motivo passional. A hipótese de latrocínio já foi descartada, já que o veículo e os pertences da vítima não foram levados.

Ontem, a polícia coletou impressões digitais no carro, nas balas da arma, nas fitas adesivas utilizadas para imobilização e na calça de Paolicchi. O resultado da perícia deve levar um mês para ficar pronta. A polícia também deverá pedir quebra de sigilo do celular de Paolicchi, a fim de verificar quais foram as últimas ligações feitas. A suspeita é de que o ex-secretário tenha sido morto na madrugada de quinta-feira. Segundo o delegado, um boletim de ocorrência havia sido registrado na manhã de quinta para relatar o desaparecimento de Paolicchi. A informação é de que ele saiu na quarta-feira à noite e estava incomunicável desde então.

O corpo será enterrado hoje no Cemitério Municipal de Moreira Sales, a cerca de 165 quilômetros de Maringá, segundo informou a Funerária Cianorte, responsável pelos serviços póstumos. O sepultamento está marcado para as 9 horas.

Desvio

O esquema de desvio de recursos públicos do qual Paolicchi era acusado chega a R$ 1 bilhão em valores atualizados, segundo o Ministério Público (MP). Este seria um dos maiores casos de corrupção registrados no Paraná. Se­­gundo especialistas ouvidos pela reportagem, ainda é cedo para saber como ficarão os processos, que correm na Justiça desde 2000, após a morte de Paolicchi.

De acordo com promotor José Aparecido da Cruz, que acompanha o caso no MP, a soma das ações ajuizadas entre 2000 e 2011 é de R$ 84 milhões, em valores não atualizados. Desse total, R$ 51 milhões são referentes a ações já julgadas. "Se for atualizado e adicionado às devidas multas, chegaria a R$ 800 milhões", conta Cruz. Ainda falta julgar duas ações, uma de aproximadamente R$ 23 milhões e outra de R$ 9 milhões, em valores não atualizados. Somando essas quantias, o rombo atualizado passaria de R$ 1 bilhão. , disse Zanardi, que há 90 dias não via o cliente.

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