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O primeiro bispo paranaense nomeado por Bento XVI é de Ponta Grossa e vai para a diocese de Toledo, que estava sem bispo desde setembro de 2004. A notícia foi publicada pela Santa Sé apenas ontem, mas o padre Francisco Carlos Bach já sabia da notícia desde o dia 8, quando o bispo de Ponta Grossa, dom Sérgio Braschi, chamou seu vigário geral com uma carta da Nunciatura Apostólica (a embaixada do Vaticano no Brasil). "Dizia que o Santo Padre tinha me nomeado para ser bispo de Toledo e esperava uma resposta afirmativa", conta.

A resposta foi enviada no dia 10, e até ontem a notícia devia permanecer em segredo. Na coletiva que anunciou a nomeação de padre Francisco, dom Sérgio disse que, pela primeira vez, um padre que nasceu em Ponta Grossa e fazia parte do clero da diocese era elevado ao episcopado: "Mais que o padre Francisco, a cidade também foi agraciada." Em uma ocasião anterior, quando a sé de Ponta Grossa estava vaga, o sacerdote atuou como administrador diocesano (responsável pelo governo da diocese). "Nessa posição, é verdade que existe um certo perigo de se acabar nomeado bispo", brinca.

Sair de Ponta Grossa não estava nos planos de padre Francisco. "Minha família e meus amigos estão todos aqui, mas vou a Toledo com muito amor", afirma. Ele só esteve na cidade uma vez, em 1998, e para conhecer melhor as necessidades pastorais da diocese vai consultar o administrador diocesano, padre Hélio Bamberg, e os sacerdotes que o assessoram. Para exercer bem o episcopado, o novo bispo conta especialmente com a ajuda divina. Seu lema, "In manos tuas", quer dizer "em tuas mãos", e padre Francisco explica o significado: "são as palavras de Cristo na cruz, uma afirmação de que nossas vidas estão sempre nas mãos de Deus, de que precisamos nos sentir amados por Ele e confiar na Providência – especialmente na hora de assumir uma missão assim."

Ordenado padre em 1977, padre Francisco trabalhou com quatro bispos. "Se eu conseguir reunir um pouco de cada um já estará excelente", diz. Do já falecido dom Geraldo Pellanda, ele diz que gostaria de ter o otimismo, o espírito de pobreza e de diálogo com os padres. De dom Murilo Krieger (hoje arcebispo de Florianópolis), a prioridade à estruturação e aos meios de comunicação – o sacerdote é diretor da rádio diocesana. De dom João Bráz de Aviz (atual arcebispo de Brasília), a disposição em lutar pela dignidade da pessoa humana. De dom Sérgio Braschi, o empenho nas visitas pastorais.

A ordenação episcopal deve ocorrer em 28 de outubro, data ainda não confirmada. Enquanto isso, o novo bispo já tem compromisso: em agosto, participará da Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Itaici (SP). "Até setembro, exerço normalmente minhas funções de vigário geral, ecônomo e diretor de rádio em Ponta Grossa. Em outubro, vou me dedicar mais à oração e quero conhecer melhor Toledo", diz. Entre as leituras de padre Francisco estará o diretório Apostolorum successores (sucessores dos apóstolos), publicado pelo Vaticano e que ajuda os bispos em sua missão.

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