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As medidas

• Prontidão de quatro esquadrões de comunicação e controle para pronto emprego;

• Reforço com pessoal devidamente preparado e remanejado de várias regiões das equipes responsáveis pelo controle do espaço aéreo Cindacta-1;

• Ativação de um centro militar de controle de tráfego aéreo que funcionará como reserva para a garantia do fluxo regular na região sob jurisdição de Brasília;

• Criação de corredores especiais de tráfego nos trechos mais congestionados;

• Ativação de rotas especiais para o tráfego aéreo entre as regiões São Paulo, Rio, Nordeste do país;

• Ativação de um posto militar de controle de tráfego aéreo utilizando meio da própria FAB, a fim de desafogar o gargalo no tráfego criado no tráfego na região Rio, Brasília, Belo Horizonte e principalmente São Paulo;

• Reformulação e aprimoramento das escalas de serviço dos centros de controle.

Brasília – Após quatro dias de mais um capítulo do "apagão aéreo", o Comando da Aeronáutica reagiu ontem afastando da função de controladores de vôo pelo menos 14 sargentos considerados "lideranças negativas". Ao ler um comunicado recheado de palavras fortes e de recados aos controladores por causa do comportamento adotado desde terça-feira, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, anunciou um conjunto de nove medidas, como os afastamentos do cargo, na tentativa acabar com os atrasos e cancelamentos de vôos que se repetem há nove meses no país. "O momento é de extrema gravidade!", disse o comandante

Saito responsabilizou os controladores pelos transtornos dos últimos dias admitindo que houve ações de sabotagem por parte dos profissionais. "De forma intransigente, um pequeno grupo desses sargentos controladores passou a recusar o trabalho em equipamentos, mesmo em flagrante choque com os pareceres técnicos que asseguravam a plena qualidade do serviço", afirmou. Saito destacou que essa postura dos controladores tem se repetido nos horários de pico do tráfego aéreo, causando diminuição do número de aeronaves controladas por eles a partir de Brasília e provocando atrasos em cascata no país.

O comandante também criticou o que chamou de "estratégia de denúncias" e distribuição de "boletins de segurança" aos profissionais por parte das associações, o que desrespeita os regulamentos militares. "Este comportamento é inaceitável, porque violenta o inalienável direito de ir e vir das pessoas", frisou Saito.

Durante a semana, o comando da Aeronáutica decidiu punir dois controladores militares que dirigem associações da categoria com prisão administrativa – a partir da próxima segunda-feira – por terem dado declarações não autorizadas para a imprensa.

O pacote de medidas, segundo Saito, já estava sendo preparado há seis meses e deu a entender que elas só foram anunciadas agora por causa dos transtornos desta semana. O comandante admitiu que as medidas poderão, de início, causar mais problemas e, por isso, já se antecipou. "Peço a compreensão dos usuários e passageiros do transporte aéreo no Brasil", afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a determinar ontem que o comando da Aeronáutica "faça o que tiver que ser feito" para resolver o problema dos aeroportos, de acordo com fontes da Presidência. Durante a reunião na manhã de ontem com o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o ministro da Defesa, Waldir Pires, o presidente afirmou que é "preciso manter a casa em ordem" e "garantir o respeito aos que estão nos aeroportos".

Cala-boca

Informado sobre a decisão da Aeronáutica de prender alguns controladores, considerados lideranças negativas, Lula comentou que os sargentos foram trabalhar nas Forças Armadas "por livre e espontânea vontade, não foram obrigados" e precisam agora cumprir os regulamentos e respeitar a hierarquia. O presidente ainda determinou que apenas a Aeronáutica seja o canal de informação sobre a crise aérea.

Incomodado com a repercussão de recentes comentários feitos por ministros de outras áreas, o presidente determinou que o restante do governo se abstenha de comentar o problema porque "a crise é grave" e é melhor "evitar ruídos" – até porque os demais membros do ministério não teriam informações suficientes. Quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que houvesse uma crise aérea e atribuiu o problema nos aeroportos à "prosperidade do país". Há uma semana, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, disse aos passageiros para "relaxar e gozar", porque depois esqueceriam todos os problemas ocorridos nos aeroportos.

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