• Carregando...

Um grupo de artesãos da Associação de Artesanato e Estilo (Artest), de Londrina, prepara sua primeira exposição na Maison & Object, uma das maiores feiras de decoração do mundo, para setembro, em Paris. Nada muito pretensioso, serão apenas 20 peças, mas se trata do primeiro passo de um plano que pretende tirar um grupo de 150 artesãos de Londrina e cidades da região da informalidade. "Queremos fazer com o que o artesão seja visto com outros olhos pela sociedade, como um artista, e passe a viver plenamente com seu trabalho", diz Denise Mucci, coordenadora da Artest. Para isso, é preciso deixar de olhar só para o próprio umbigo. "Cruzar as fronteiras, ver o mundo, é fundamental para qualquer um, pessoa ou empresa, que pretenda ter vez no mundo moderno", diz ela. Denise, que participou da segunda etapa do Fórum Futuro 10 Paraná – realização da Rede Paranaense de Comunicação (RPC)/Gazeta do Povo –, na quarta-feira, 27, em Londrina, não foi a única a chegar a essa conclusão. Empresários presentes aos debates concluíram a mesma coisa. Empresas fechadas estão condenadas a desaparecer.

Dono de uma fábrica de balas, de uma distribuidora, de uma transportadora e negócios agropecuários em Arapongas, Francisco Marco Pennacchi diz que ainda ouve de muitos empresários que não gostam de conversar sobre administração ou produtos. "Têm medo de ser copiados", diz ele. Com isso, correm risco de ser atropelados pela modernidade. "Em Arapongas, por exemplo, muitas empresas cresceram dentro do município, mas agora chegou a hora de se integrar, buscar novas idéias fora da cidade e do estado", afirma Pennacchi.

O empresário Octaviano Duarte, de Londrina, concorda. Ele decidiu cruzar as divisas já em 1962, quando trocou Pernambuco pelo Paraná. Hoje tem negócios agropecuários, uma fábrica de óleo e uma usina de algodão. "O Paraná tem uma série de vantagens competitivas que precisa aproveitar, como cooperativas fortes e um agronegócio pujante", diz ele. "Mas não pode parar por aí, precisa levar a industrialização para todas as regiões. O caminho para chegar lá passa por eventos como esse fórum, no qual muitos problemas podem começar a encontrar solução."

Solução que o município de Bandeirantes parece ter encontrado ao transformar um antigo barracão do Instituto Brasileiro do Café (IBC) em incubadora industrial, em 1996. Hoje, o barracão abriga 17 empresas, de confecções, cosméticos e plásticos. "Agora estamos preparando a segunda incubadora", informa o secretário de Indústria e Comércio do município, Paulo Roberto Balla. Ele está cheio de idéias. Quer investir no turismo, construir um shopping, para pequenas confecções e foi ao fórum, em Londrina, tentar encontrar experiências semelhantes em outras cidades. "Quem sabe, alguma parceria", diz Balla. "Hoje em dia é assim, ou vamos juntos ou não vamos a lugar nenhum." Sentado a seu lado, Tamotu Oda, presidente do Sindicato de Reparação de veículos de Bandeirantes, aprovou: "Temos de buscar conhecimento onde ele estiver".

Conhecimento é o que foi buscar o empresário Ari Sudan, dono da Tamarana Metais, que recicla o chumbo de baterias automotivas. Criada há dez anos, a empresa é modelo no tratamento de efluentes, exibe com orgulho a certificação IS0 14 000 – sobre o cumprimento de normas ambientais – e é um dos destaques da pequena Tamarana, a 50 quilômetros de Londrina. "Estamos sempre atrás de novas e boas idéias", diz ele. "Temos uma empresa moderna, é verdade, mas sabemos que sempre é possível melhorar. Para Lauro Kleber, vice-presidente do Sindicato das Panificadoras de Londrina, melhorar significa, também ter a oportunidade de ouvir e ser ouvido. "Precisamos começar a dizer o que queremos, onde queremos chegar e o fórum é a melhor oportunidade para isso."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]