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O médico geriatra João Batista Lima Filho, do Cegen: atendimento modelo | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
O médico geriatra João Batista Lima Filho, do Cegen: atendimento modelo| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

O médico geriatra João Batista Lima Filho herdou mais do que o nome do pai, diretor da então Casa de Saúde João Batista, criada em 1980 em Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro. Ainda acadêmico em Campinas (SP), João Batista Filho encontrou na geriatria – e no atendimento ao público da terceira idade nas unidades do Sesc – o tipo de medicina que queria fazer: olhar o ser humano como um todo, sem dividi-lo em partes. E escolheu como especialidade a mais genérica das áreas médicas. A vocação para a área de reabilitação é de família, que tem ainda fisioterapeuta e reumatologista.

O hospital do pai foi o ponto de partida para João Batista Filho criar o Centro de Excelência à Atenção Geriátrica e Gerontológica, o Cegen, formalizado há quatro anos. A unidade é uma das 20 do país que a Secretaria Nacional de Direitos Humanos pretende instituir como modelo de atendimento ao paciente idoso. Seus 60 leitos, a metade exclusivamente para o SUS e destinada a pacientes com potencial de reabilitação, o tornam o único hospital geriátrico do estado.

Quais as áreas de atendimento do Cegen?

Na área de saúde, nós temos um programa médico inédito no Paraná, que é para idosos pacientes potencialmente reabilitáveis. São pessoas que sofreram derrames ou seqüelas de outras doenças, e não têm como se cuidar em casa. Então passam uma temporada lá – ficam internadas por um tempo prolongado. São 30 leitos pelo SUS. Outros 30 leitos são destinados a convênios e outros pacientes.

O que mais o Cegen oferece?

O Cegen tem a área de educação. Uma parceria com a Pastoral da Pessoa Idosa oferece cursos a cuidadores de idosos. O centro também participa do programa nacional de cuidadores de idosos que a Secretaria Nacional de Direitos Humanos está criando.

Quantos cuidadores são formados por ano?

Em média são 40 pessoas por ano. Temos três vertentes: os que procuram o curso como área técnica, de formação, para trabalhar como cuidadores; os que precisam de orientação para atender um idoso em casa – pai, avô ou outro familiar –; e temos também aqueles que estão investindo em auto-cuidado. São em geral mulheres, funcionárias públicas da área de saúde ou educação, que procuram aprender sobre os cuidados que a idade exige na rotina do dia-a-dia. Estão aprendendo a envelhecer.

Quais são os outros serviços de orientação?

Também implantamos o Disque-idoso, para denúncias de violência e informação sobre direitos e esclarecimentos do estatuto. É muito procurado para esclarecer sobre benefícios aos quais os idosos têm direito e também para receber denúncias de violência.

São muitos casos de violência?

A média é de dois por dia. Em uma cidade como Cornélio Procópio, com 50 mil habitantes, é bastante. Há diversos tipos: agressão física, abuso financeiro, agressões psicológicas e sexuais. E como o Cegen cuida de casos de violência?

Nós fazemos a mediação entre a família e a vítima, além do atendimento das seqüelas da agressão. O entendimento é que precisa haver conciliação e assistência sistêmica à família.

Existe algum trabalho de prevenção, tanto entre idosos como na comunidade?

O Cegen organiza reuniões de convivência e promove atividades físicas, além de assessoria jurídica e assistência psicológica para os idosos. E também faz encontros com classes de trabalhadores e escolas sobre a terceira idade. Motoristas de ônibus, Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar já fizeram parte desse treinamento de ‘cultura de paz’, para saber como proceder diante de uma pessoa mais velha.

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