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Brasília (AE) - Na contramão da festa que se faz para Juscelino, o economista Eduardo Giannetti prefere avaliar o custo – não só financeiro, mas político – que o país pagou por aqueles cinco anos de alegria. "JK desorganizou a economia e as finanças. Gerou enormes déficits públicos, além da inflação e do uso irresponsável dos fundos de previdência", diz ele.

Professor de economia em São Paulo, PhD em Cambridge, escritor e polemista de respeito, Giannetti não tem meio termo. Sustenta que Juscelino desorganizou a sociedade ao enveredar o país, num clima inflacionário, para um conflito distributivo - a contínua luta por aumentos salariais. Deixou ao sucessor, Jânio Quadros, "um legado de ingovernabilidade". Claro que Jânio era, em si, um poço de problemas, com seu temperamento explosivo. Mas, combinando a má herança de um com o desequilíbrio do outro, Giannetti conclui que o Brasil ficou a meio caminho do golpe militar. "Eu ouso dizer que 1964 é um fruto tardio da aventura juscelinista. Ele plantou a semente de uma desestruturação que culminou com o golpe".

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