• Carregando...
Ilhota, no Vale do Itajaí, foi uma das cidades mais atingidas pelos deslizamentos de terra em 2008 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Ilhota, no Vale do Itajaí, foi uma das cidades mais atingidas pelos deslizamentos de terra em 2008| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A tragédia que ocorreu no fim de 2008 no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, quando as chuvas causaram enchentes e deslizamentos de terra que mataram 135 pessoas e deixaram 15 mil desabrigados, poderia ter sido prevista e evitada. O presidente da Associação Re­­gional de Engenheiros e Arquitetos de Itajaí, o engenheiro civil Luís Fernando Pedroso Sales, afirmou que alguns eventos climáticos são cíclicos e podem ser previstos. A região do Vale do Itajaí, por exemplo, costuma receber fortes chuvas a cada 25 anos. Sales falou no 1.º Seminário Brasileiro Sobre Catástrofes Naturais e Antro­po­gênicas, aberto ontem no Centro de Eventos do Mabu Royal & Pre­mium Hotel, em Curitiba.

O primeiro dia teve como objetivo principal a análise de ocorrências anteriores no país, como as enchentes de 2008 em Santa Catarina. Sales ainda disse que a constatação de que certos eventos climáticos são recorrentes deve servir para criar ações preventivas, mas quebras no padrão ainda são possíveis, como em 1984: uma nova enchente veio quando Blumenau ainda se recuperava de outra inundação, ocorrida apenas um ano antes. O engenheiro ainda disse que o excesso de chuvas não pode ser associado com a mudança climática.

O secretário de Obras de Blu­menau, Alexandre Linhares Brollo, afirmou que a cidade, por causa de seu histórico de enchentes, já tinha ações preventivas para o caso de enxurradas, mas não para conter chuvas como as do ano passado, em que choveu o triplo do previsto para o período. Ainda segundo Brollo, parte dos danos poderia ser evitada com a preservação de matas ciliares em encostas e a construção de muros apropriados para conter deslizamentos. A região, que em média apresenta seis deslizamentos por ano, sofreu cerca de 3 mil no ano passado.

O seminário continua hoje, com a apresentação de organizações e estratégias para contornar catástrofes, e termina amanhã com o tema da prevenção e minimização dos efeitos causados pelas mesmas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]