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Os carteiros do Piauí recorreram ao Ministério Público para mudar o horário de trabalho. O objetivo é fugir do sol. Durante a tarde, fariam a separação das correspondências e, pela manhã, com o tempo mais frio, as entregas. É exatamente o contrário do que acontece hoje. Mas a direção dos Correios não aceita a inversão dos horários.

Cerca de 500 carteiros saem às ruas todos os dias no estado, para entregar 200 mil correspondências. Geralmente, o sol está forte e a temperatura, perto dos 40ºC. "A gente pega esse sol o dia inteiro e sente as conseqüências à noite. Não dá nem para dormir", diz o carteiro Gilvan Cardoso. Para reduzir os efeitos da alta temperatura, eles têm um uniforme especial: camisa com mangas longas, chapéu e muito protetor solar. Mas nem assim o calor diminui.

O carteiro Sebastião Silva chegou a ser internado com problemas respiratórios. "A gente faz o trabalho a duras penas. Mas é insuportável", reclama.

Há casos mais graves, como o aposentado Clício Bezerra. Após 18 anos de trabalho, ele teve câncer de pele. "Por diversas vezes quase desmaiei, pensei em parar para molhar a cabeça", lembra.

Apesar dos problemas relatados pelos funcionários, a empresa diz que não é possível alterar o horário de trabalho. Segundo os Correios, a mudança atrasaria em pelo menos 24 horas a entrega das correspondências. "Traria prejuízo para a empresa e atrasaria a entrega das correspondências no estado do Piauí. Certamente os clientes reclamariam", justifica o diretor regional dos Correios José Rosa.

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