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O ministro da Saúde, Ale­xandre Padilha, não considera prioritário aumentar o preços do cigarro no país. Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmar que a estratégia é valiosa para reduzir o número de novos fumantes, sobretudo entre jovens, o ministro afirmou ser mais importante combater a pirataria. O valor cobrado pelo produto no Brasil é um dos mais baixos do mundo.

"Não adianta mexer no preço sem medidas fortes de combate à pirataria", declarou Padilha ao sair de evento na Organização Pan-Ame­ricana da Saúde para lembrar o Dia Mundial sem Tabaco. A afirmação desagradou a médicos e representantes de entidades de prevenção ao tabagismo, que historicamente defendem uma mudança de política de preços para o produto no Brasil. "O fundamental agora é o combate à pirataria", disse.

Na avaliação do ministro, o comércio ilegal do produto contribui, por exemplo, para o alto índice de fumantes entre brasileiros de mais baixa renda. Ele avalia que o mercado da pirataria leva a população a encontrar o produto com preços mais baixos e com embalagens que desrespeitam as normas de advertência feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Repasses

Entre as ações previstas por Padilha está o aumento de 62% nos repasses para que municípios ofereçam tratamento para pessoas que desejam parar de fumar. Ele informou ainda que gratificações para serviços de saúde estarão condicionadas à adoção de programas de prevenção ao tabagismo. "Conse­­guimos reduzir pela metade o número de fumantes homens, mas entre mulheres os índices não caíram na mesma proporção."

Além da preocupação com as mulheres e a população mais pobre, o ministro destacou a iniciação do tabagismo entre jovens. Esse último problema, lembrou, associado também à oferta de cigarros com aditivos, como cereja, menta e chocolate. Durante consulta pública, a sugestão de proibir os aditivios sofreu um duro bombardeio da indústria do cigarro. Padilha também garantiu que o ministério é favorável ao projeto de lei, que tramita no Senado, que proíbe os fumódromos.

Cerca de 18% da população com menos de 8 anos de escolaridade é fumante, porcentual que está acima da média nacional, de 15%. Entre população com mais de 10 anos de estudo, 10% são fumantes.

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