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Morro do Baú: deslizamentos na região fizeram com que o município de Ilhota tivesse o maior número de mortes no estado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Morro do Baú: deslizamentos na região fizeram com que o município de Ilhota tivesse o maior número de mortes no estado| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Obras de reparo estão paradas

As obras de recuperação no trecho danificado do gasoduto Bolívia-Brasil em Santa Catarina foram suspensas ontem por determinação de evacuação da área dada pela Defesa Civil do Estado, informou a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Isso ocorreu em função da continuidade das chuvas no Vale do Itajaí, que causou a restrição da permanência de pessoas (incluindo a equipe de serviços) localizadas na região.

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Previsão de mais chuva põe cidades de SC em alerta máximo

O Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram) emitiu aviso de alerta máximo para as regiões da Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Litoral Norte temendo novos deslizamentos de terra na noite de ontem. Os riscos aumentaram pela possibilidade de pancadas de chuva de até 20 milímetros nas localidades. Os municípios que podem sofrer as piores consequências são Ilhota, Luiz Alves e o entorno de Blumenau. Ontem, o número oficial de mortos na tragédia das enchentes subiu para 116, com mais duas mortes registradas em Luiz Alves.

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Depois do temporal, veio o reencontro

Curitiba e Ilhota - Famílias divididas pelo deslizamento de terra que tornou o Morro do Baú uma das regiões mais perigosas do Vale do Itajaí puderam se reencontrar ontem. No total, 135 pessoas que estavam no abrigo de Gaspar foram levadas para a cidade natal, Ilhota, onde reencontraram familiares e amigos que não viam há quase uma semana.

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Moradores do Morro do Baú, em Ilhota, culpam uma suposta explosão do gasoduto por deslizamentos ocorridos na região. Eles dizem ter visto um clarão na região por onde passa a tubulação, um local de difícil acesso na encosta do morro na região de Gaspar, entre os municípios de Luiz Alves e Blumenau. O Morro do Baú foi uma das áreas mais atingidas pelos deslizamentos dos últimos dias.

Uma das tubulações do Gasoduto Bolívia-Brasil que passa pela região realmente foi rompida na noite de 23 de novembro, o que causou o corte do fornecimento de gás para 60 indústrias e 77 postos de combustível catarinenses. Também foram afetados 99% dos usuários de gás natural do Rio Grande do Sul. A perspectiva é de que o restabelecimento da ligação ocorra em duas semanas.

A comunidade rural do município de Ilhota foi uma das mais atingidas, registrando até ontem 37 mortes. Pelo menos 90 pessoas do local foram resgatadas nos últimos dois dias, e as operações de resgate continuam na região.

Segundo o capitão Rodrigo Pierosan, do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, a explosão do gasoduto influenciou nos deslizamentos no Morro do Baú. Ele diz que não se sabe ao certo o que influenciou a tragédia: se a explosão em si ou se a instalação prévia. "Talvez a gente nunca saiba", afirma.

Para o produtor rural Antônio Laurindo Richartz, o desmoronamento aconteceu pela combinação de água e explosão, o que teria enfraquecido a terra. Ele conta que nas enchentes de 1983 e 1984 não existiram deslizamentos como os verificados nesta semana. Na época, o gasoduto não estava instalado na região.

A costureira Josilene Sperber diz que viu um clarão à noite, que teria sido causado pela explosão do gasoduto. O serralheiro Clemente Valdemir Zabel também acha que foi a explosão do gasoduto que provocou o deslizamento do morro.

Chuvas

O governo de Santa Catarina afirma que técnicos da Petrobras foram até o estado para avaliar a situação. A secretaria de comunicação divulgou uma nota em que o tenente Carvalho, da Defesa Civil de São Paulo, explica que o que causou tantos desmoronamentos de terra na região foi o grande volume de chuvas. "Houve escorregamentos em diversas áreas, e o boato de que a explosão de um tubo de gás natural na região poderia provocá-los não procede. Um gasoduto não poderia gerar abalo suficiente para tantos deslizamentos, ainda mais em locais separados", afirma o tenente na nota.

A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), empresa subsidiária da Petrobras e responsável pelo trecho, também informou por meio de nota que não houve explosões na região. "Não há evidências de explosões em nenhuma parte da tubulação no trecho acidentado do Gasoduto Bolívia-Brasil em Gaspar, SC, no dia 23/11. Segundo análise preliminar dos técnicos, uma explosão provocaria fissuras ao longo da faixa de terra onde o gasoduto está enterrado. Após uma inspeção no local do acidente, as equipes encontraram a faixa de terra intacta", diz a nota.

Ainda segundo a TBG, a hipótese até o momento é que o rompimento foi causado por um acidente natural decorrente das chuvas. "Uma pedra de aproximadamente 15 toneladas rolou, juntamente com sedimentos e vegetação, por cima do duto, causando o rompimento naquele ponto."

Quanto ao clarão visto pelos moradores, a TBG se limitou a informar que o rompimento da tubulação causou um incêndio localizado, formado pelo escapamento de gás seguido de uma ignição.

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