São Paulo A Executiva Nacional do PT aprovou nota de solidariedade ao presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, acusado de afastar do instituto quatro pesquisadores considerados independentes e não-alinhados com o governo. O documento sustenta que Pochmann é filiado ao PT e está sendo vítima de setores do PSDB e do DEM.
Os petistas argumentam que os dois partidos acusam Pochmann de "atentar contra o pluralismo do instituto, confundindo propositalmente medidas administrativas corriqueiras com interferência partidária na pluralidade indispensável ao trabalho científico".
Na segunda-feira, o deputado José Aníbal (PSDB-SP) criticou o afastamento e disse que vai pedir esclarecimentos a Pochmann. "Vamos entrar com uma representação e tomar todas as medidas cabíveis contra a caça às bruxas promovida no instituto. Essa é uma situação gravíssima e o Congresso precisa se pronunciar sobre o caso", afirmou o tucano.
Os petistas ressaltam o "respeitadíssimo" currículo acadêmico de Pochmann, que, segundo o partido, teria demonstrado sua independência ao criticar as políticas econômica e social do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Da mesma maneira, o governo também demonstrou pluralidade e abertura intelectual quando convidou Pochmann para dirigir o Ipea, atitude totalmente diversa do "pensamento único que impediu o debate no período FHC (ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e dos expurgos promovidos, na época da ditadura, por alguns dos que hoje criticam o presidente do instituto", diz o documento petista.
Na semana passada, foram afastados os pesquisadores Fabio Giambiagi, Otávio Tourinho, Gervásio Rezende e Regis Bonelli.
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