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Em cada esquina do Cemitério do Água Verde, Adão Passarinho aponta um túmulo construído com suas mãos. Ele até já perdeu as contas de quantos foram. Outros jazigos ele indica com o mesmo orgulho: são crias de seu pai. Cada obra do pedreiro tem uma assinatura específica: uma pequena placa, geralmente localizada no pé do jazigo, com seu nome e telefone celular. "Eu não coloco se a família pedir", avisa. A marca é muito mais do que uma questão de estima, tornou-se o marketing da "arte" de Passarinho. "Fiz obras em um cemitério de Cascavel, e até hoje me ligam pedindo meus serviços", conta.

Adão é um profundo conhecedor do trabalho de pedreiro dentro de cemitérios. Seu pai atuou por 33 anos no Água Verde e Adão, entre idas e vindas, já está há 30 por lá. Os operários, como ele, aguardam com ansiedade os meses de setembro e outubro. "Tem muita correria. É muito serviço pedido aqui para o pessoal. Como não temos muito movimento durante o ano, esses dois meses ajudam a conseguir dinheiro para o resto do ano", explica. Segundo Passarinho, esses pedreiros recebem entre R$ 700 e R$ 900 por mês. Na véspera do dia de Finados, o trabalho geralmente dobra, assim como a renda. (VB)

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