Neste ano, o tema é “Vote contra a homofobia. Defenda a Cidadania”, que faz uma referência às eleições de outubro.| Foto: Hugo Harada - Gazeta do Povo

Perto de 150 mil pessoas participaram, neste domingo, da Parada da Diversidade de Curitiba, no Centro Cívico. Este é o maior público desde que o evento foi criado, há 13 anos. Com essa marca, a "parada gay", como a mobilização é conhecida, tornou-se o segundo maior evento de rua do Paraná, o primeiro é a Caiobanda, no Carnaval. Há cinco anos o número de participantes era cinco vezes menor. Em 2010 o lema foi "Vote contra a homofobia. Defenda a cidadania".

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O objetivo é promover a cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais por meio do voto e da democracia.

Atualmente existem eventos semelhantes em 155 cidades do país e Curitiba é a quinta com maior público. Para o coordenador geral da Parada da Diversidade, Márcio Marins, isso mostra que a sociedade está se tornando menos preconceituosa. "Hoje há famílias, crianças, bebês e heterossexuais conosco. É um meio de se quebrar o estigma em torno da população LGBT", explica. "Escolher bem os legisladores é parte do exercício da cidadania". A meta do movimento é garantir com que os direitos civis dessa população sejam garantidos, como o recebimento de pensão do companheiro e a união civil.

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A presidente do Grupo Dignidade - uma das entidades organizadoras -, Rafaelly Wiest, afirma que o maior mérito da Parada da Diversidade é levar a temática da orientação sexual para o espaço público. "É um enfrentamento direto do preconceito".

Ela destaca que neste ano o movimento LGBT teve um avanço significativo no Paraná quando a Secretaria de Estado da Educação passou a reconhecer o nome social dos estudantes. Assim, uma travesti pode ser chamada por seu nome feminino ao invés do que consta na certidão de nascimento. Isso ajuda a diminuir a evasão escolar. "Esperamos que os próximos governos também reconheçam nosso poder de mobilização".

Participantes

A maior parte dos participantes da Parada pertence ao público de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. A festa é colorida e democrática. Há desde jovens até pessoas da terceira idade. E, apesar de haver muita irreverência nas fantasias, há espaço para conscientização.

A travesti Gringory Joy, 18 anos, estudante, foi fantasiada com um vestido bordado com camisinhas. "Também promovemos o sexo seguro", garante. A estilista e Drag Queen Pâmela Becker fez uma grande produção para o evento. "Venho desde a primeira edição".

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As jovens Vanessa Jacinto, 19, e Camila dos Reis, 17, aproveitaram a mobilização para protestar contra o preconceito. "Ainda sofremos muita discriminação. Principalmente na rua, onde o pessoal sempre faz piadinhas", conta Camila. As duas afirmam que no início as famílias relutaram em apoiar a orientação sexual das garotas, mas depois acabaram aceitando.

Famílias

Famílias, crianças e casais heterossexuais também participaram da mobilização. A funcionária pública Delma Almeida, 48, levou os filhos e colegas para o evento. "Quero que eles vejam um mundo sem preconceito. Apoio a luta contra a homofobia".

Já a empregada doméstica Miriam dos Santos, 45, entrou no ritmo da festa e até trajava uma pluma cor-de-rosa. Ela também levou a família e o neto de 3 anos. "Como há muita gente que ainda discrimina, faço questão de vir e mostrar o meu apoio", explica. "Tenho muitos amigos homossexuais e aprendi com eles a respeitar a diferença". O casal Aline de Fátima e Maurício Vieira também levou o filho e aproveitou para tirar fotos com as Drag Queens.

O evento é organizado pela Associação Paranaense da Parada da Diversidade (APPAD), Grupo Dignidade, Artemis, Centro Paranaense de Cidadania (Cepac), Dom da Terra e Transgrupo Marcelo Prado.

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