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Há quase quatro anos aposentado, o músico e animador do baile da Terceira Idade que ocorre todas as quartas-feiras no salão do Centro de Convivência do Idoso de Foz do Iguaçu, Armando Rech, 63 anos, teve de se afastar das festas por quase dois anos, período em que precisou cuidar da saúde. "Não conseguia mais trabalhar, precisei parar por causa de problemas cardíacos", conta.

Sem condições de sustentar a família por meio de uma atividade constante, acabou tendo de sair de casa. "Não me quiseram mais lá. Acharam que eu não poderia manter a casa e que doente eu só traria problemas", comentou durante o intervalo para a troca dos músicos que fazem a alegria de aproximadamente 400 idosos a cada baile.

O salário mínimo que recebe pela aposentadoria por invalidez – concedida quando ele ainda tinha 59 anos e contribuído com a Previdência Social por pouco mais de 12 anos –, revela, não é suficiente para manter todos os gastos com roupa, comida e remédios, mas certamente é uma garantia importante para quem não tem mais condições de trabalhar regularmente.

Cada vez mais comuns, casos como o do seu Armando preocupam a Previdência Social. Como indica o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o aumento na incidência de doenças crônicas tem contribuído significativamente com o crescimento do número de benefícios concedidos precocemente, sejam eles temporários ou permanentes.

Apesar do aumento, os benefícios antecipados ainda não são maioria. As aposentadorias por idade e por tempo de serviço continuam no topo da lista. Mesmo relutando a ter que parar de trabalhar, o ex-agricultor Arsênio Rossa, 72, é um dos milhões de brasileiros aposentados que atenderam a todos os requisitos para poder receber o benefício: requereu o direito aos 65 anos, tendo contribuído por 40 anos, cinco a mais que o exigido.

"Em casa, somos agora só eu e a esposa, também aposentada. O que nós dois recebemos não é muito, mas com a ajuda dos filhos a gente consegue levar as contas e se manter", diz, lembrando que quando podia trabalhar a renda era melhor, mas com a idade e os problemas de saúde não conseguia mais se assegurar de que produziria o suficiente para ter um bom salário. (FW)

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