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A paralisação de parte dos médicos residentes do Hospital Evangélico, em Curitiba, levou ao adiamento de aproximadamente 37,5% das consultas eletivas (não urgentes) marcadas para a quarta-feira (8). Isso significa que 300 das cerca de 800 consultas realizadas diariamente na instituição de saúde tiveram de ser adiadas. As informações foram repassadas pela assessoria de imprensa do hospital nesta quinta-feira (9)

Alegando atrasos no pagamento da bolsa-auxílio que recebem, uma parcela dos residentes não compareceu ao trabalho nesta quarta como forma de protesto. Ao todo, 153 residentes atuam no Hospital Evangélico atualmente, mas o estabelecimento disse não ter feito um levantamento de quantos destes profissionais aderiu à manifestação. Segundo a instituição, todos os pacientes prejudicados terão suas consultas remarcadas.

Problemas financeiros

A direção do Hospital Evangélico confirmou o atraso nos pagamentos, mas afirmou que eles serão depositados até o próximo dia 13. Essa promessa de depósito, inclusive, é que evitou a deflagração de uma paralisação geral do hospital, prevista para ocorrer também nesta quarta. O atraso nos pagamentos, segundo o hospital, é provocado pela defasagem do pagamento do SUS, que corresponde a 94% dos atendimentos mensais do Evangélico. Para cada R$ 100 gastos, o SUS paga R$ 67 (defasagem de R$ 33).

Pacientes perdem a viagem

Muitos dos pacientes que tinham consulta marcada para esta quarta no Evangélico perderam a viagem. Simone Fernandes, 41 anos, e Regina Casten, 58, enfrentaram pouco mais de duas horas de viagem de ônibus para não serem atendidas. "É um desrespeito. Poderiam ao menos nos avisar antes", reclama Simone, que precisa tratar de uma hérnia. "Tinha consulta marcada", completa.

Regina também reclama do fato de o hospital não comunicar aos pacientes que eles não seriam atendidos. "Preciso que um médico analise uma tomografia que fiz e nada. Sempre que venho aqui é um médico diferente que me atende e pede sempre mais e mais exames", reclama.

Depois de encarar seis horas de ônibus de Santo Antônio da Platina até Curitiba para fazer uma consulta pós-cirúrgica, José Wilson Martins, de 55 anos, voltará para a cidade onde reside sem o atendimento médico. "Tirando essa greve de hoje o atendimento no hospital é bom, mas hoje aconteceu isso", diz.

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