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Reparos na PR-180 devem começar na semana que vem | Marcelino Duarte
Reparos na PR-180 devem começar na semana que vem| Foto: Marcelino Duarte

Recuperação

Municípios tentam angariar recursos e planejar prevenção

Os municípios enfrentam diferentes problemas. Em alguns, o transtorno é maior na área de habitação; em outros no setor de logística – estradas e pontes. Uma das cidades mais prejudicadas pela enchente foi União da Vitória, que agora trabalha para reconstruir estradas, imóveis e auxiliar a população diretamente afetada. Pelo menos 12 mil pessoas ficaram desalojadas e outras 40 mil foram atingidas indiretamente. Cerca de 40% da cidade ficou debaixo d’água, segundo o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Luilson Schwartz. O prejuízo calculado é de R$ 110 milhões.

Schwartz explica que, passada a fase das ações emergenciais, o município agora tenta angariar recursos e planejar iniciativas de prevenção. "Estamos fazendo levantamento e projetos de toda parte destruída", diz. Quanto às ações voltadas diretamente à população, estão sendo liberados valores de até R$ 6,2 mil do Fundo de Garantia, para moradores que tiveram casas atingidas. Aposentados e pensionistas, por sua vez, estão recebendo pagamento antecipado e têm à disposição financiamentos de até 36 vezes sem juros. Linhas de crédito também foram oferecidas aos comerciante para ajudar na recuperação dos prejuízos. A cidade ficou praticamente parada por 15 dias.

Outro município atingido, Rio Negro tem hoje 29 famílias vivendo com recursos do aluguel social. O coordenador municipal da Defesa Civil, Nelson Patrício Furtado, diz que estão sendo entregues cestas básicas para 800 famílias. O município solicitou ainda R$ 10 milhões à Defesa Civil nacional para reconstruir pontes, estradas e casas, mas ainda não obteve resposta.

Passados mais de dois meses da pior enchente que atingiu o Paraná nos últimos anos, pelo menos 80 municípios ainda sofrem as consequências e trabalham para restabelecer a rotina dos moradores. No total, 150 cidades foram atingidas pela cheia, entre os dias 6 e 8 de junho, e 3,4 mil pessoas ficaram desabrigadas, segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. Em todo estado, ainda há 746 desabrigados. A Defesa Civil estadual providencia ajuda humanitária e auxílio para os municípios captarem recursos para restaurar estradas e pontes, destruídas pela água. Entre as cidades que ainda enfrentam problemas estão União da Vitória, Rio Negro, Bituruna e Três Barras.

No entanto, a Defesa Civil estadual ainda não tem, oficialmente, um valor do prejuízo causado pela cheia no estado. Segundo o 1.º tenente da Defesa Civil João Cláudio Schena, o total só será divulgado após todos municípios concluírem os levantamentos. Até agora, poucas cidades repassaram informações. O prazo para apresentar um plano de recuperação e solicitar a verba vence em 90 dias a contar da semana em que ocorreram as cheias. Em junho, as estimativas divulgadas pela Defesa Civil eram de que o prejuízo ultrapassava R$ 1 bilhão.

Schena diz que o órgão está em contato com os municípios, desde a ocorrência das chuvas, para fazer um levantamento dos estragos. Os dados colhidos servem para elaboração de um plano de trabalho a ser encaminhado ao governo federal para angariar recursos. As localidades atingidas têm até o início de setembro para apresentarem os seus planos, caso contrário podem ficar sem a verba federal.

Esforço

Os planos de trabalho do estado estão direcionados para recuperar pontes, bueiros e disponibilizar moradias à população atingida. "O estado concentrou esforço na parte de infraestrutura, logística e habitação", diz Schena. Na última quarta-feira, uma parte do plano, referente à área de habitação, foi entregue à Defesa Civil nacional. O plano foi feito com base nas informações repassadas por 13 municípios.

O plano requer projeto básico, custos e relatório de diagnóstico, com detalhes dos problemas. Os recursos solicitados precisam estar vinculados às obras relacionadas e às consequências dos desastres. Os municípios também podem enviar os próprios planos à Defesa Civil nacional.

Rodovia está interditada há 70 dias

Luiz Carlos da Cruz, correspondente em Cascavel

A Rodovia PR-180, no trevo de acesso a Boa Vista da Aparecida, no Oeste, está interditada há 70 dias, desde as chuvas de junho. Moradores cobram das autoridades o início imediato das obras no trecho de 300 metros que ficou comprometido após a terra ceder e o asfalto rachar.

Na quarta-feira, o presidente da Aciba (Associação Comercial e Industrial de Boa Vista da Aparecida) esteve na superintendência regional do DER (Departamento Estadual de Rodagem) em Cascavel para protocolar um ofício solicitando a presença do superintende regional, Nelson Farhat, em reunião da entidade. Segundo Renato Chernhak, presidente da Aciba, se não houver uma resposta convincente do DER a população irá às ruas para protestar. Segundo Chernhak, há um clima de revolta da população devido aos prejuízos causados pelo bloqueio na rodovia.

Atualmente, o ponto forte da economia local é o turismo na praia artificial no lago da hidrelétrica de Salto Caxias. "Não tem como calcular os prejuízos porque isso afeta o comércio de uma forma geral", diz o líder empresarial. Segundo ele, muitos turistas que moram em outras cidades, e que possuem casas nas marinas de Boa Vista deixaram de frequentar o local por causa da dificuldade de acesso por estradas alternativas.

O DER informou que o processo licitatório, encerrado na última quarta, demorou devido à complexidade da obra e a geometria do local. A recuperação do trecho custará R$ 4 milhões e o prazo para a conclusão é de 90 dias. Os trabalhos devem iniciar na próxima semana.

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