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| Foto: Polícia Militar/

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), publicou, nesta semana, um despacho em que autoriza a contratação de 2,8 mil policiais: 2.222 policiais militares, 609 bombeiros militares e 64 delegados da Polícia Civil. Com as novas convocações, o estado passa a ter um efetivo estimado de 27,8 mil agentes: média de um policial para cada grupo de 395 pessoas.

Os novos convocados só devem ir para as ruas em 2017, pois, após a formalização da contratação, eles ainda precisam passar por um processo de formação nas respectivas corporações que passarão a integrar. Por meio de nota publicada na Agência Estadual de Notícias – órgão oficial de comunicação do governo –, Richa comemorou a contratação.

“Um importante reforço policial que refletirá significativamente na segurança dos paranaenses. Com o aumento do contingente, teremos melhores condições de trabalho e consequente queda na criminalidade no estado”, disse.

Entidades que representam policiais, no entanto, relativizam as contratações. A Associação de Defesa dos Militares do Paraná (Amai) estima que o turn-over – número de policiais que se aposentam ou que são afastados a cada ano – gire em torno de 800 agentes. “As contratações repõem este número e dão uma ligeira folga. Mas é bom lembrar que é preciso investir pesado no preparo desses policiais, para que eles possam ir razoáveis para as ruas”, apontou o presidente da associação, coronel Eliseo Furquim.

A Associação dos Praças do Paraná (Apra-PR) menciona a questão da infraestrura das corporações para receber os novos policiais. O presidente da entidade, Orélio Fontana Neto, destaca que o governo vem deixando de efetivar as progressões de policiais que já conquistaram direito de ascender na carreira.

“Ficamos entre a cruz e a espada. Por um lado, a contratação repõe o efetivo e ajuda a arrumar as escalas. Por outro, é um contrassenso. Temos centenas de policiais que deveriam ter progredido na carreira, mas o governo não paga essas progressões”, destacou.

Números conflitantes

O governador Beto Richa sustenta que, desde que assumiu o governo, em 2011, contratou mais de 10 mil servidores para as polícias Civil e Militar. As associações contestam os números oficiais. Um levantamento feito pela Apra-PR aponta que, com as novas contratações, o Paraná chegou a 8.988 novos policiais convocados nos últimos cinco anos. No mesmo período, 3,857 policiais deixaram a corporação.

Os dados do governo também são questionados por deputados. Em novembro, a bancada de oposição entrou na Justiça contra o governador, alegando que ele divulgou informações falsas em propagandas institucionais. Nas peças publicitárias, Richa havia mencionado que havia contratado dez mil policiais no mandato passado.

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