• Carregando...

Veja as imagens dos criminosos na reportagem do Fantástico, da Rede Globo

Veja também

As estatísticas revelam: a cada seis horas, uma criança é vítima de violência sexual no estado. Só neste mês, quatro crianças foram assassinadas. Por isso, o governo paranaense decidiu implantar um banco de DNA de criminosos, o primeiro do Brasil. Os dados são da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco em Curitiba e do Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia).

Quando um suspeito for preso, amostras do DNA serão transformadas em dados e incluídas em um cadastro. Se a pessoa voltar a cometer um crime e deixar vestígios, bastará comparar com o material genético arquivado.

"A grande vantagem de se ter um banco de DNA com pessoas já previamente catalogadas nesse grande banco seria o fato de poder identificar essa pessoa sem ter um suspeito imediato ou apontado naquele momento", diz Carlos Alonso, do laboratório de genética.

O serviço de investigação de crianças desaparecidas da polícia paranaense já mantém um banco de dados com os criminosos mais procurados. Um dos nomes da lista é o do ex-pastor Jonatas Aurélio Velozo Lourenço. Ele tem mandado de prisão por violentar uma criança de seis anos e é investigado por outros casos envolvendo meninas de nove a 11 anos. A polícia suspeita que ele esteja escondido em São Paulo.

Altair Rodrigues Farias, outro nome da lista, foi condenado por estuprar e matar uma menina de sete anos. Está foragido há dois anos.

Célio dos Santos Vieira violentou um menino e chegou a ser preso, mas conseguiu escapar de dentro do carro da polícia.

A polícia diz que os pedófilos agem de maneira parecida. É comum praticarem o mesmo crime mais de uma vez. Na maioria dos casos, são apanhados e presos. Mas, por bom comportamento na cadeia, recebem benefícios da Justiça e têm a pena reduzida. Aí, quando ganham as ruas, voltam a agir.

"Essa pessoa costuma ser uma pessoa muito inteligente, metódica, que procura estar em ambiente onde haja muitas crianças e sem que ele seja visto. De repente ele se aproxima de uma mulher para ser companheira dele que tenha filhas da idade da preferência dele. Ou então, profissões mesmo, como professor. Pode ser escoteiro, padre, pastor. Ele procura estar próximo a crianças", diz a delegada Ana Cláudia Batista.

Um caso que chocou o país mobiliza até gente que não é da polícia na caça do assassino: uma empresa de segurança convocou os funcionários para examinar 480 horas de imagens de câmeras instaladas nas imediações da rodoviária de Curitiba. A menina Rachel Genofre, de 9 anos, foi encontrada morta no último dia 5, dentro de uma mala na rodoviária. Onze dias depois, a polícia avançou pouco na busca pelo criminoso.

"O criminoso, provavelmente um sujeito astuto, inteligente, preparou o crime e buscou inclusive subterfúgios pra não deixar rastros. É realmente um grande desafio para a polícia", diz o secretário de segurança pública, Luiz Fernando Delazari.

Um homem foi chamado a prestar esclarecimentos e outro foi preso, mas testes de DNA comprovaram que o sêmen encontrado no corpo da menina não é de nenhum deles. Jorge Luiz Pedroso Cunha, de 52 anos, já era procurado por causa de outro crime e vai continuar preso. Ele tinha saído da cadeia no ano passado, depois de ter cumprido 18 anos de sentença por estupro e assassinato. Cunha estava vivendo em um albergue em Itajaí, Santa Catarina.

A polícia encontrou com ele uma roupa de Papai Noel e fios de cabelos compridos que podem ser de uma vítima de pedofilia. Antes de ser preso de novo, ele voltou a atacar: é acusado de ter estuprado um menino de cinco anos de idade.

"Foi no dia 7 de setembro, estava lotado de gente aqui na praia. Tinha um aniversário de uma pessoa na minha casa. Ele aproveitou uma oportunidade e em um descuido que eu dei, ele pegou o menino e carregou para uma casa", relata a mãe da vítima.

"Quero justiça com o que ele fez com meu filho. Quero que ele fique preso para sempre. Só isso que eu quero", diz a mãe.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]