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A apreensão de 1,7 tonelada de maconha anteontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Paraná – mais da metade do total apreendido até agora em 2006 – reforça a posição do Paraná como o estado brasileiro mais utilizado por traficantes para transportar e distribuir maconha a outras regiões do país, graças à facilidade de entrada ilegal pela fronteira com o Paraguai, país onde começa a rota do tráfico. "A reserva de Itaipu e as estradas de acesso ao país, desviadas das rodovias fiscalizadas, dificultam as apreensões", explica o chefe de operações da PRF no Paraná, inspetor Gilson Cortiano.

Depois que a droga entra no Paraná, a rota mais utilizada pelo tráfico de maconha é a BR-277, no trecho entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, destacando-se as cidades de Céu Azul e Cascavel. É por este caminho que os traficantes abastecem consumidores dos grandes centros urbanos, como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Santa Catarina e Rio Grande do Sul também recebem a droga que entra pelo Paraná. No Mato Grosso do Sul também existem três rotas, já diagnosticadas pela polícia.

Segundo Cortiano, as ações contra o cultivo e o tráfico de drogas estão integradas com outros países. No Norte e Nordeste do Brasil, o combate se volta também às plantações de maconha. "Realizamos um trabalho de planejamento, inteligência e qualificação dos policiais, o que tem trazido bons resultados", afirma.

Fundos falsos

"Desde 2002, as apreensões de drogas em rodovias brasileiras estão aumentando devido ao aumento no volume do tráfico", lembra Cortiano. Somente em 2005, foram apreendidas 17,1 toneladas de maconha e cerca de 70 quilos de crack e cocaina.

As apreensões de ontem também resultaram em cinco prisões. Em apenas um caminhão vistoriado, a polícia encontrou 1,1 tonelada de maconha escondidas entre a carga de trigo. Fundos falsos de automóveis, ônibus e caminhões vindos do Paraguai são utilizados freqüentemente como esconderijo da droga. Ônibus interestaduais e de turismo também servem de transporte. Rotas alternativas nas proximidades das rodovias federais são outra alternativa ao tráfico, que cresce junto com o número de consumidores. "Apesar de não termos como comprovar esse aumento no consumo, o tráfico depende dele, e só existe se ele também existir e aumentar a cada ano", ressalta Cortiano.

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