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Curitiba – O secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Newton Pohl Ribas, considerou esperada a saída do ministro Roberto Rodrigues. "Ele já havia sinalizado, por duas vezes, que deixaria a pasta", disse o secretário. Pohl Ribas lembrou que nas duas ocasiões Rodrigues alegou questões estruturais, como greves e falta de recursos, para a sua saída.

A Secretaria de Estado de Agriculura e Abastecimento (Seab) viveu os reflexos do pouco espaço de manobra de Rodrigues no ministério. O estado não recebeu recursos para os programas de defesa animal nos últimos três anos, e sofreu com a ocorrência da febre aftosa, em sete focos decretados pelo ministério e até hoje contestados pelo governo estadual. Pohl Ribas admitiu desgaste político em função do embate técnico que o estado travou com o ministério por divergências técnicas em relação à febre aftosa.

Mesmo assim, o secretário lamentou a saída de Rodrigues. "Reconheço na pessoa do ministro um excelente profissional, e sua dedicação ao setor agrícola", disse. O secretário espera que as duas principais reivindicações do estado, recursos e agilidade nos resultados de exames de aftosa, sejam atendidas pelo novo ministro. "Já oficializamos nossos pedidos e estamos aguardando respostas", completou.

Entidades parananeses ligadas à agricultura comercial também lamentaram a saída do ministro Roberto Rodrigues. Para o presidente do Sistema Ocepar, entidade que reúne 228 cooperativas do estado, João Paulo Koslovski, o setor perde com a demissão de Rodrigues. Koslowski acredita que pesou na saída do ministro o fato de ele "não ter conseguido sensibilizar setores econômicos do governo sobre a necessidade de uma ação rápida para a crise vivida pela agricultura nos últimos anos".

A entidade espera agora que o indicado para a pasta tenha força política para conseguir, com outros ministérios, recursos para atingir os problemas estruturantes da agricultura no país, como as perdas dos agricultores nas últimas safras.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) ressaltou, por meio de nota, a ação do ministro Rodrigues no que chamou de contexto adverso. "Apesar da posição de muitos membros do governo, interessados em reduzir a expressão do setor, o ministro conseguiu muito, dentro das limitações que lhe impuseram, com cortes orçamentários de, por exemplo, recursos destinados à defesa agropecuária", diz a nota assinada pelo presidente Ágide Meneguette.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireeff, se disse preocupado com a saída de Rodrigues, já que considera que a política agrícola está em plena discussão. Depois dos protestos que se espalharam pelo país no início de maio, Rodrigues se comprometeu a discutir uma política de preços mínimos e um seguro agrícola efetivo, principais reivindicações da Sociedade.

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