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Veja a evolução da apreensão de drogas nas estradas do Paraná |
Veja a evolução da apreensão de drogas nas estradas do Paraná| Foto:

Foz do Iguaçu - A tomada de morros cariocas dominados pelo narcotráfico pode trazer reflexos positivos para o Paraná, pelo menos a curto prazo. O Ministério Público Estadual espera por uma diminuição drástica da circulação de drogas e armas que ingressam no país pelo estado com destino ao Rio de Janeiro. Segundo o promotor e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em Guaíra, Marcos Cristiano Andrade, isso vai depender tanto da continuidade das ações policiais no Rio como também do reforço repressivo na fronteira.

"Facções de grande influência no Rio, que historicamente mantêm ligações com grupos organizados no Paraná e com atuação também no Paraguai, estão agora desorganizados e sem liderança. Até que eles voltem a se organizar, vamos ter uma grande redução no volume de drogas, armas e munições para os morros cariocas. Nesse momento não há para quem vender, nem para traficantes e nem para usuários", explica.

Caso a aparente ordem não consiga ser mantida, adverte Andrade, a situação poderá se reverter com reflexos ainda piores. "Os arsenais e o grande volume de drogas apreendidos durante a ocupação dos morros certamente farão falta. E, se esses grupos conseguirem se articular novamente e eleger seus novos líderes, os contatos e as redes serão retomados e com necessidade de aparelhamento e fonte de recursos maior e mais segura", analisa. Para ele, ainda é cedo para afirmar com certeza o que realmente pode acontecer. Andrade investiga a presença de grupos criminosos cariocas e paulistas na região de Guaíra há mais de três anos.

Apesar das fortes ligações entre os narcotraficantes cariocas e os grupos estabelecidos nas fronteiras com o Paraguai, a Polícia Federal no Paraná assegurou, por meio da assessoria de imprensa, que a corporação não acredita em possíveis fugas para o Paraná e que a rotina de trabalho não será alterada. Para Andrade, "é possível que um ou outro tente fugir para outras cidades e estados. Mas, se afastar do próprio território os deixa vulneráveis a outros inimigos. Correr mais riscos é o que eles menos querem agora."

Repressão

O balanço das apreensões feitas até novembro pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que a quantia de crack, cocaína e maconha retida pela PRF este ano no Paraná já superou e muito o total apreendido no mesmo período do ano passado. O maior aumento foi de maconha, 139% (veja infográfico).

O chefe de Policiamento e Fiscalização da PRF, Gilson Cortiano, diz que a corporação ampliou as ações de repressão ao tráfico na região de fronteira, o que resultou no aumento das apreensões. "Ampliamos as ações no que chamamos de fiscalização minuciosa. Com este trabalho intenso tem aumentado a apreensão de cocaína e crack", diz.

As rotas mais usadas para o transporte de drogas e armas no estado são a BR-277, na Região Oeste – em um raio de 300 quilômetros da fronteira com o Paraguai –, e as BRs 163 e 272, na região de Guaíra, próximo à divisa com o estado do Mato Grosso do Sul. As Polícias Rodoviárias Federal e Estadual ampliaram a fiscalização nas estradas do Paraná após as ações que tomaram territórios de traficantes no Rio.

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