Paraná estava na rota de fuga de Marcola

• 0

Duas cidades do Paraná, Loanda e Porto Rico, ambas no Noroeste do estado, estavam na rota do plano de resgate do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. A intenção do grupo criminoso era arrebatar Marcola e outros três integrantes da facção – todos detidos em um presídio paulista – e levá-los ao Paraguai. Os criminosos vinham sendo monitorados pelas forças de segurança de São Paulo, com apoio da Polícia Civil do Paraná.

O PCC havia alugado uma casa em Porto Rico – que chegou a servir como base operacional para o grupo durante a articulação do plano – e a ideia era utilizar o aeroporto de Loanda, que é considerado um "ponto cego", por não ser rastreado por radares. Segundo o delegado-geral Riad Fahrat, chefe da Polícia Civil do Paraná, os agentes acompanhavam a movimentação na residência e no aeroporto.

A tentativa de arrebatamento ocorreria ontem, mas parece ter sido abortada depois que o jornal O Estado de S. Paulo e o SBT divulgaram um relatório sigiloso, elaborado pelo serviço de inteligência da polícia paulista, que detalhava o plano. Segundo Riad Fahrat, as forças de segurança estavam preparadas para surpreender o PCC, frustrar o arrebatamento e prender os integrantes em flagrante.

"Eu não sei como [o relatório] vazou. A intenção era que todos aqueles que iam participar da ação, todos os [membros do PCC] que estão nas ruas fossem presos. A gente queria fechar esse serviço com as prisões. Agora, tudo se foi", lamentou Fahrat.

Na madrugada de ontem, a elite da polícia de São Paulo montou campana no entorno da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde os criminosos estão presos, mas a ação do PCC não ocorreu. Segundo o relatório, a facção usaria três aeronaves para libertar os presos, inclusive um helicóptero pintado com as cores da PM paulista. As investigações revelam que o PCC chegou a treinar pilotos no Paraguai para deflagrar o plano.