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Os efeitos da estiagem que atinge o Paraná não são sentidos somente quando o consumidor abre a torneira e não vê a água jorrar. O clima seco também contribui para a ocorrência de incêndios florestais, que podem atingir grandes proporções e destruir o restante da mata nativa que resiste no estado, comprometendo o abastecimento de água no futuro. Um exemplo é o incêndio registrado em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, que, desde quinta-feira, vem destruindo uma área de mata atlântica.

Até ontem, a Defesa Civil do Paraná havia atendido 6.116 incêndios florestais em todo o estado, número 12,26% superior ao total de todo o ano passado, quando foram registradas 5.448 ocorrências. Quando se compara o número atual com o mesmo período de 2005, o crescimento é de 60,5%. Entre 1.° de janeiro e 15 de agosto de 2005, a Defesa Civil atendeu 3.809 incêndios florestais. Quando se fala apenas nos 15 primeiros dias do mês de agosto, o crescimento é de 105%. A Defesa Civil registrou 517 incêndios florestais entre 1.° e 15 de agosto de 2005, contra 1.060 neste ano.

A média de 70 incêndios florestais por dia foi superada nesta semana. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram 90 atendimentos diários entre segunda-feira e ontem. Na sexta-feira, no sábado e no domingo, foram 312 casos. Para o Corpo de Bombeiros, qualquer incêndio em áreas de vegetação – sejam matas, terrenos baldios ou na beira de rodovias – é considerado um incêndio florestal.

Os números podem ser considerados altos, mas o tenente Eduardo Pinheiro, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, ainda faz um alerta: nem todos os incêndios florestais entram nas estatísticas. "Geralmente a população chama os bombeiros quando o incêndio coloca vidas em risco", revela. Segundo ele, o estado passa pela situação mais grave já registrada. "O quadro de estiagem se agrava desde 2002. No ano passado estava acima do normal, mas neste ano está gritante, pela ausência de chuvas."

O clima, para Pinheiro, é apenas um agravante. O principal responsável, garante, é o homem. "A maioria dos incêndios é decorrente de ações criminosas ou causada por pessoas sem compromisso com o meio ambiente", diz. Ele cita como exemplo motoristas que jogam bitucas de cigarro às margens de rodovias, pessoas que fazem fogueiras em áreas de mata e agricultores que fazem queimadas.

O sargento Luís Carlos Cardoso de Lima, da Polícia Ambiental – Força Verde, confirma a gravidade do quadro. "A situação é bem mais crítica do que nos anos anteriores, porque estamos há dois meses e meio sem chuva", afirma. Para ele, não é aconselhável fazer fogueiras. "É preciso tomar muito cuidado com o fogo, principalmente quem faz queimadas para limpar a área." Qualquer atividade que possa resultar em incêndios florestais deve ser denunciada para o Corpo de Bombeiros, no número 193, ou para a Força Verde, no número 0800-6430-304.

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