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Transferência foi uma resposta aos  três dias de atentados contra ônibus e módulos da Polícia Militar na capital baiana | Aristides Baptista/AE
Transferência foi uma resposta aos três dias de atentados contra ônibus e módulos da Polícia Militar na capital baiana| Foto: Aristides Baptista/AE

Salvador - A Secretaria da Segurança Pública da Bahia transferiu ontem 14 detentos de quatro presídios do estado para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Catanduvas, no Paraná. A transferência foi uma resposta aos ataques contra módulos policiais e ônibus em Salvador. Dois dos presos foram enviados em voos comerciais pela manhã e 12 num avião da Força Aérea Brasileira, acompanhados por agentes da Força Nacional de Segurança, no início da tarde.

Eles são acusados de coordenar, de dentro de unidades penais, a série de atentados registrados desde a madrugada de segunda-feira. Não houve registro de novos ataques em Salvador desde o início das transferências. Apesar da aparente normalidade durante o dia, o clima de medo ainda era grande. O Colégio Militar de Dendezeiros suspendeu as aulas por causa de boatos de que seria atacado. Segundo a direção da instituição, a suspensão foi uma medida preventiva, mas hoje as aulas serão retomadas.

Os atentados deixaram destruídos 10 módulos policiais e 11 ônibus. Oito civis e três policiais ficaram feridos nos ataques. Em confronto com policiais, dez acusados de participar dos atos de vandalismo foram mortos. Foram três apenas na madrugada de ontem. Outros 14 suspeitos foram presos.

Prejuízos

Os sindicatos de patrões e empregados das empresas de transportes de passageiros de Salvador chegaram a debater a possibilidade de interromper os serviços por causa da insegurança. Cada ônibus queimado gera perdas de R$ 200 mil às empresas, e o sindicato espera negociar os prejuízos com a administração pública. A representação dos rodoviários não descarta voltar a discutir a paralisação, caso o clima de insegurança seja mantido.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os atentados teriam sido motivados pela transferência do traficante Cláudio Eduardo Campanha do presídio Salvador, onde cumpria pena desde novembro do ano passado, para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS), na sexta-feira. Ele seria o líder da quadrilha conhecida como Comissão da Paz (hoje chamada Comando da Paz), a mais poderosa organização de comércio de drogas de Salvador.

Os detentos transferidos ontem seriam "gerentes" do grupo e teriam repassado a ordem dos ataques aos grupos que, espalhados pela cidade, respondem à facção criminosa. As diretrizes principais dos ataques teriam sido apontadas diretamente por Campanha pouco antes de ser transferido.

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