• Carregando...
 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O número de explosões a caixas eletrônicos no Paraná chegou a 155 em 2015 – uma redução de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrava 183 ataques até 8 dezembro. O levantamento é do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (Sindivigilantes). Neste ano, Curitiba e Região Metropolitana tiveram 61 casos de explosões a caixas eletrônicos, uma redução de 30%.

De acordo com o delegado titular do Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (Cope), Rodrigo Brown de Oliveira, ação da polícia na desarticulação das quadrilhas fez com que o número de explosões caísse. “Em setembro houve uma grande operação para desarticular as quadrilhas, o que reflete na redução dos casos”, afirma. Mas, de acordo com o delegado, muitas vezes as quadrilhas voltam a se organizar e iniciam novamente os ataques.

Cidades pequenas sofrem mais

As cidades menores acabam sofrendo mais com a ação das quadrilhas, já que os suspeitos buscam locais mais tranquilos e com baixo efetivo policial para realizar os assaltos. Foi o caso da cidade de Apiaí (SP), em que 20 homens fizeram sete reféns e fecharam as principais vias da cidade, causando pânico à população. De acordo com Oliveira, a quadrilha é do Paraná e deslocou-se para São Paulo, pois esperavam não encontrar policiais. Os suspeitos seguem foragidos.

Arrombamentos

Os casos de arrombamentos aos caixas – em que os suspeitos utilizam cortes e maçaricos para a ação - caiu de 34 em 2014 para 9 em 2015. Para Oliveira, a queda mostra que as quadrilhas especializadas neste tipo de ataque passaram a investir mais em explosivos e armamentos para realizar as ações. “Os bandidos perceberam que, apesar de mais perigoso, o uso de explosivos faz com que a ação seja mais rápida e mais eficiente”, explica.

O delegado afirma que, apesar da força-tarefa implantada para inibir esse tipo de crime, as quadrilhas agem para evitar deixar vestígios. “Estes crimes geralmente acontecem na calada da noite, sem testemunhas e os criminosos escondem os rostos para não serem identificados”, afirma. Ainda de acordo com Oliveira, esses grupos se movimenta pelo país. “Os bandidos que praticam este tipo de crime não respeitam fronteiras e vão para estados diferentes, o que dificulta a ação da política”.

Bancos investem pouco em segurança

A opinião do delegado é de que os bancos não investem o suficiente em segurança para prevenir esse tipo de ação. “Não há movimentação nem a implantação de dispositivos de segurança para evitar a ação das quadrilhas”, afirma. “Muitas vezes, os bancos não informam à polícia nem o valor levado no assalto nem disponibilizam as filmagens das câmeras de segurança na investigação”, comenta. O presidente do Sindivigilantes, João Soares, afirma que há omissão das instituições bancárias. “Os bancos têm seguro sobre o dinheiro e sobre as máquinas, e quem acaba sofrendo é a população”, diz.

Em nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirmou que está constantemente preocupada com a segurança dos clientes e funcionários e destacou que atua em parceria com os governos e polícias para combater a criminalidade. Ainda de acordo com a Febraban, os bancos investem cerca de R$ 9 bilhões ao ano no desenvolvimento de sistemas de segurança. A Federação disse segue a legislação que obriga todos os bancos a ter um plano de segurança para funcionar e que cada instituição financeira determina os padrões de segurança para suas agências de acordo com as características da rede.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]