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Governo admite articulação de facções criminosas

Trinta e oito detentos do Paraná foram transferidos na quarta-feira (20) para presídios federais do Rio Grande do Norte e de Rondônia em uma operação preventiva para evitar ataques criminosos como os ocorridos em Santa Catarina no começo deste ano.

Os presos seriam membros de uma facção do crime organizado e, nas últimas semanas, estariam preparando ações articuladas para desafiar o poder público no Paraná. O próprio governador Beto Richa admitiu preocupação com a possibilidade de atentados.

Há duas semanas, um grupo de trabalho que envolve a Polícia Federal (PF) e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) começou a acompanhar de forma mais intensa movimentações nas penitenciárias do estado. Assim que foram detectados sinais de que poderiam ocorrer ações a mando de uma facção, o grupo iniciou o processo para pedir a transferência dos presos – vários estavam em unidades prisionais do interior, como Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá.

Nas últimas semanas, o grupo de trabalho concentrou os presos em uma ala da Penitenciária Estadual de Piraquara I (PEP I) para controlar de forma mais direta os principais suspeitos. Quando o grupo achou prudente transferi-los, Richa telefonou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pediu um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Vinte dos presos foram para o presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN) e os outros 18 foram para Porto Velho (RO).

"É um tipo de ação criminosa que surpreende a todos. Tem que estabelecer toda e qualquer estratégia de prevenção", declarou o secretário da Segurança Pública, Cid Vasques. De acordo com ele, o Paraná ainda permanece em alerta. Alguns eventos suspeitos têm recebido atenção especial, como os assassinatos de dois agentes penitenciários, rebeliões e ônibus incendiados na região de Londrina. O grupo de trabalho integrado tem investigado cada caso para descobrir se há conexão com facções criminosas.

Dois ônibus de transporte coletivo em Sarandi e em Paiçandu, na Região Metropolitana de Maringá (RMM), foram incendiados na noite de quinta-feira (21). Os dois casos aconteceram com um intervalo de 30 minutos.

O primeiro ataque aconteceu na garagem da Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), no Jardim Califórnia, em Sarandi, por volta das 23 horas. O ônibus sofreu poucos danos, porque as chamas foram controladas rapidamente por funcionários.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o vigia que fazia a segurança da garagem disse que viu duas pessoas correndo no interior do pátio de estacionamento de veículos. No ônibus foram encontrados indícios de gasolina. Ninguém ficou ferido.

O segundo ataque aconteceu por volta das 23h30, no trecho da PR-323 que dá acesso a Paiçandu. Segundo a PM, dois homens abordaram outro ônibus da TCCC e pediram para os cerca de 30 passageiros e o motorista descerem. Em seguida, eles espalharam gasolina nos pneus e atearam fogo.

Uma equipe da PM foi acionada e fez a contenção do incêndio antes da meia-noite. Ninguém ficou ferido.

Por volta das 7h40 desta sexta-feira (22), a empresa confirmou os casos, mas ficou de dar mais detalhes ao longo da manhã. Até o mesmo horário, os autores dos crimes não haviam sido identificados.

Em uma semana, Paraná registra seis ataques a ônibus

Com os casos de Sarandi e de Paiçandu na noite de quinta-feira (22), o Paraná registrou seis ataques a ônibus em uma semana. Dos outros quatro, foram dois em Londrina, um em Arapongas e um em Curitiba.

Uma série de eventos suspeitos, entre os quais rebeliões, assassinatos de agentes penitenciários e incêndios no Paraná, tem sido investigada por um grupo de trabalho formado por policiais estaduais e federais.

Eles monitoram a ação de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do país. O governo, porém, nega que haja ligações entre os fatos.

Desde fevereiro, região de Maringá registra quatro ataques a ônibus

Com os ataques de quinta-feira (21), já são quatro casos deste tipo na região de Maringá neste ano.

Em 23 de fevereiro, três bandidos encapuzados renderam um motorista e incendiaram um ônibus da TCCC, também em Paiçandu.

Outro ataque aconteceu em 9 de fevereiro. Um grupo de criminosos roubou e tentou incendiar um ônibus da TCCC, na Avenida Lucilio de Held, no Jardim Alvorada, em Maringá.

Relação entre todos os ataques ainda é hipótese para a Sesp

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), as polícias Militar e Civil investigam os ataques ocorridos na região de Maringá e em outras cidades do estado para que os responsáveis sejam presos. No entanto, a Sesp salientou que, até o início da manhã desta sexta-feira (22), não havia como afirmar que há relação entre todos os casos.

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